Enquanto não se percebe o que aconteceu ao programa Câmara Clara, a RTP2 vai transmitindo programas avulsos ao domingo à noite e começou por repor a belíssima adaptação de Jane Eyre pela BBC.
Jane Eyre é a heroína perfeita, alguém que foi profundamente injustiçada, mas que não se vitimiza, nem vitimiza os outros; a sua dedicação aos estudos é contrabalançada por uma veia artística inspiradora; é contida, mas profundamente apaixonada. Toda a história imaginada por Charlotte Brontë tem os ingredientes romanescos em dose certa, para que dela tenham surgido, por sua vez, outras criações artísticas e até ensaísticas.
Paula Rego, puxa por Jane Eyre, a pintora, e materializa plasticamente o romance. A literatura, com Paula Rego, assume sempre uma faceta carnal, e nestes desenhos os negros mastins de Edward Rochester, e Jane Eyre tomada pelo desejo vincam a intensidade quase gótica do romance.
Aliás, Paula Rego, chegou ao livro através de outro livro, Wide sargasso sea, «prequela» de Jane Eyre, escrito quase um século depois, em 1966, por Jean Rhys.
Jean Rhys, nascida na Domínica de mãe crioula e pai galês, passou a sua vida, de escrita, álcool e alienação, entre Paris e Londres é atraída pela personagem de Bertha, a crioula mulher de Rochester, louca prisioneira da torre de Thornfield Hall. Rhys quis contar o outro lado da história, um lado mais próximo do seu, também esquecida anos e considerada já morta, e, aqui, a cinzenta contenção do romance inglês, dá lugar ao impulso luxuriante das Índias Ocidentais e Bertha vítimas das circunstância e de uma nefasta herança genética.
O livro que não existe em português vai finalmente ser publicado, pasme-se, pela revista Sábado, numa colecção que começou agora a ser lançada. A Jane Eyre/Paula Rego está editada pela Cavalo de Ferro.
Há ainda, Mad woman in the attic de 1979, ensaio de crítica literária que pretende analisar a literatura vitoriana sob um ponto de vista feminista, mas desse só conheço o título.
Jane Eyre é a heroína perfeita, alguém que foi profundamente injustiçada, mas que não se vitimiza, nem vitimiza os outros; a sua dedicação aos estudos é contrabalançada por uma veia artística inspiradora; é contida, mas profundamente apaixonada. Toda a história imaginada por Charlotte Brontë tem os ingredientes romanescos em dose certa, para que dela tenham surgido, por sua vez, outras criações artísticas e até ensaísticas.
Paula Rego, puxa por Jane Eyre, a pintora, e materializa plasticamente o romance. A literatura, com Paula Rego, assume sempre uma faceta carnal, e nestes desenhos os negros mastins de Edward Rochester, e Jane Eyre tomada pelo desejo vincam a intensidade quase gótica do romance.
Aliás, Paula Rego, chegou ao livro através de outro livro, Wide sargasso sea, «prequela» de Jane Eyre, escrito quase um século depois, em 1966, por Jean Rhys.
Jean Rhys, nascida na Domínica de mãe crioula e pai galês, passou a sua vida, de escrita, álcool e alienação, entre Paris e Londres é atraída pela personagem de Bertha, a crioula mulher de Rochester, louca prisioneira da torre de Thornfield Hall. Rhys quis contar o outro lado da história, um lado mais próximo do seu, também esquecida anos e considerada já morta, e, aqui, a cinzenta contenção do romance inglês, dá lugar ao impulso luxuriante das Índias Ocidentais e Bertha vítimas das circunstância e de uma nefasta herança genética.
O livro que não existe em português vai finalmente ser publicado, pasme-se, pela revista Sábado, numa colecção que começou agora a ser lançada. A Jane Eyre/Paula Rego está editada pela Cavalo de Ferro.
Há ainda, Mad woman in the attic de 1979, ensaio de crítica literária que pretende analisar a literatura vitoriana sob um ponto de vista feminista, mas desse só conheço o título.
1 comments:
Bom post! Obrigada!
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