sexta-feira, 24 de abril de 2009

Cravos Vermelhos

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Bocas rubras de chama a palpitar
Onde fostes buscar a cor, o tom,
Esse perfume doido a esvoaçar
Esse perfume capitoso e bom?!

Sois volúpias em flor! Ó gargalhadas
Doidas de luz, ó almas feitas risos!
Donde vem essa cor, ó desvairadas,
Lindas flores d' esculturais sorrisos?!

… Bem sei vosso segredo ... Um rouxinol
Que vos viu nascer, ó flores-do-mal,
Disse-me agora: “Uma manhã, o sol

O sol vermelho e quente como estriga
De fogo, o sol do céu de Portugal
Beijou a boca a uma rapariga... “

4 comments:

epacheco disse...

Uma bonita homenagem à liberdade, numa forma pessoal e também colectiva. Boa associação.

Sappo disse...

É isso aí, epacheco. É de arrepiar a alma este poema de Florbela Espanca (uma mulher além do seu tempo), principalmente esta associação:

O sol vermelho e quente como estriga
De fogo, o sol do céu de Portugal
Beijou a boca a uma rapariga... “

Isto é essencialmente 25 de Abril.

Anónimo disse...

ESTAIS TODOS ENGANADOS, ELA NÃO QUERIA DIZER NADA DISSO, MAS QUE MANIA QUE ALGUMAS PESSOAS TÊM DE QUERER POR PENSAMENTOS NA CABEÇA DOS OUTROS...UM POETA ESCREVE PORQUE LHE APETECE ESCREVER..VEM UM TEMA À CABEÇA E DEPOIS BRINCA COM AS PALAVRAS...ODEIO PENSAR QUE UM DIA ALGUÉM VAI LER OS MEUS POEMAS E VAI QUERER INTREPERTÁ-LOS À SUA MANEIRA...

Sappo disse...

Caríssimo pagão.

Se o seu poema seguir o estilo desse seu comentário, com certeza serás mais um poeta anônimo entre tantos outros.

De qualquer forma, desejo-te boa sorte no mundo das letras.