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Gostava de aplicar tão poética ideia às comemorações do Dia do Livro (e de vos propôr o exercício). Embora já com poucos sábios, talvez se pudessem encontrar algumas cópias manuscritas que transformadas em beberagem, nos tansmitissem, por ingestão, o espírito das obras. Teríamos, assim, bebidas Paul Auster para vermos um significado no quotidiano, Amélie Nothomb para não vermos qualquer significado; J. D. Salinger para nos deprimir, David Lodge para nos alegrar; Raymond Carver para sermos concisos, Javier Marías para sermos prolixos; S. João da Cruz para o misticismo, Tom Wolfe para o cinismo; Duras para nos apaixonarmos, Bret Easton Ellis para ficarmos indiferentes.
Imagem: Knowing I lov'd my books he furnished me from my own library with volumes that I prize above my Dukedom. Propero's books de Peter Greenaway.
2 comments:
Mas os bons livros não são aqueles que nos transmitem o seu espírito sem ser necessário transformá-los em beberagem?
Estava a aplicar uma imagem que considero muito bonita à leitura. Utilizei a palavra «beberagem» no seu sentido de «bebida curandeira» e não num sentido pejorativo de bebida desagradável.
Claro que os bons livros nos transmitem o seu espírito, mas aqui queria enfatizar a ideia da ingestão, do nosso organismo poder ficar embebido de literatura.
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