Lido no 'Público' on-line:
O secretário-geral do PS, José Sócrates, rejeitou sexta-feira as acusações de dirigir um Governo de direita, apontando as leis do aborto, da procriação médica assistida e da paridade como exemplos de políticas de esquerda.
Num plenário com os militantes do PS de Leiria e num discurso sem novidades, José Sócrates considerou que estas leis “marcam a diferença entre o centro-esquerda e o centro-direita”, rejeitando assim as críticas feitas pelos partidos à esquerda do PS.
Involuntariamente, José Sócrates caiu na teia argumentativa que motiva a maioria das críticas à esquerda do PS. Mas José Sócrates, malgré lui, não tem razão - e está a ser injusto com o seu próprio governo. Não é só na "política da vida" que o PS tem estado, razoavelmente bem, à esquerda. Há muitas outras áreas e medidas que podem e devem ser defendidas como, pelo menos moderadamente, progressistas e redistributivas - e que tendem a ser vistas por muitos como intervenções meramente "tecnocráticas", mas que não são (a das convergência das reformas entre o público e o privado, que referi e expliquei rapidamente ontem porquê, é uma delas - e que muitos olham, injustamente, como o "início do fim do Estado social"). Um dia destes volto a isto, porque no meio da tecnocracia, das percentagens e outras coisas chatas que desmotivam os que acham que a verdadeira política está necessariamente nas revistas académicas de social and political theory, esconde-se muitas vezes filosofia e economia política de esquerda. É preciso é ir lá ao fundo, destilá-la e apresentá-la, justificadamente, como tal.
sábado, 14 de abril de 2007
O que dá jogar (mal) à defesa
Posted by Hugo Mendes at 04:38
Labels: esquerda, governo, José Sócrates, PS
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3 comments:
Ó Hugo, estás a candidatar-te a ideólogo da margem esquerda do PS?
Então mas esse lugar não estava reservado ao André Freire? :)
Mas olha, tem que ser, dado que isto dos tachos da CML parece que não vai dar em nada...
Epá, parece que o André Freire já não representa a ala esquerda, pelo menos, é isso que nos chega lá das bandas mais canhotas. Por isso, tens o caminho aberto. FORÇA!
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