sexta-feira, 3 de abril de 2009

Put People First!



Nesta manifestação londrina estiveram c.35 mil cidadãos de todo o mundo (vd. cartaz em cima). Foi um evento alternativo à cimeira do G20, organizado pela Put People First!, plataforma de ONG's internacionais.

O protesto foi pacífico, embora tenha havido incidentes no fim, já amplamente relatados. Morreu uma pessoa, Ian Tomlinson, a polícia diz que por ataque cardíaco, aguarda-se a autópsia. Depois disso, sucederam-se vários outros protestos em Londres, com novos incidentes. Também em Estrasburgo, a cimeira da NATO foi recebida com protestos, parte deles violentos.

A «nova ordem» à la Brown começa com muita pompa, alguns novos rostos (destacando-se Obama, claro), mas também com as multidões na rua. E as vozes vão-se ouvindo (e desvelando) pelos media que ainda descem às ruas para escutar os cidadãos comuns. «0% interest on others» e «We won't pay for their crisis» são outros dos slogans mais comuns. Sobre o lado indefinido duma das principais medidas do G20 ver este cartoon de Steve Bell.

2 comments:

Paula Tomé disse...

Olá Daniel. Dizes bem: "cidadãos comuns". Aquela cimeira pode trazer alguns resultados benéficos, mas parecia estar bem longe do cidadão comum. As fotos sorridentes daqueles "so called world leaders" e a polícia à porta deram a sensação de que nós, os cidadãos comuns não tínhamos sido convidados para a festa. O que é pena, porque normalmente nós é que pagamos o pato. Vamos lá ver se pelo menos, eles conseguem implementar umas soluções originais e a pensar no futuro e no ambiente. Como diz um cartaz na escola dos meus filhos "when the last river has been poisoned and the last fish has been caught, you will know that you can't eat money". Vamos ver...

Daniel Melo disse...

Infelizmente, Paula, o que tu dizes é verdade. Novas roupagens para velhas práticas. Como refere o Manolo no post acima, as desigualdades e a pobreza ficam sempre para trás, senão já tinha havido um compromisso mais efectivo com os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, projecto decenal da ONU.

Também para 2.º plano ficou o desenvolvimento sustentável, mesmo que na sua faceta mais delimitada da economia verde se avancem algumas medidas. É que a sustentabilidade implica a participação e envolvimento das populações na definição e implementação das políticas públicas, processo esse que os decisores políticos vêem com desconfiança e sobranceria.
Pouco de novo debaixo do sol...