A imagem que ilustra este post é a de um pequeno autocolante espalhado em locais públicos (uma apragem de autocarro, no caso). Não sei se haverá alguma rábula dos Gato Fedorento a seu respeito, mas merece algumas notas:
1)Se tiver direito a gozação, terá de ser mantido o original, como os «gatos» notaram a respeito do cartaz com que gozaram;
2) Esse cartaz (tenho as minhas dúvidas a respeito deste autocolante) não estava fora da lei, pelo que a destruição de que foi alvo ainda antes de o cartaz «fedorento» surgir foi um acto anti-democrático, mesmo que ninguém o lamente (e além de anti-democrático, frequente em todas as campanhas, tristemente);
3) Destruir propaganda política e deixar que humoristas (ou futebolistas, etc.) façam a luta política por nós é contraproducente (os gato fedorento não aceitaram que os incluíssem nesse debate, e muito bem);
4) Muito bem fizeram em retirar o sue cartaz, sem quererem ser excepção à lei (esquisita, no mínimo) e sem lamechices nem se mascararem de activistas políticos aptrocinados por partidos - o que daria cabo da piada, uma das melhores dos últimos tempos, e reduziria o combate político a piadas;
5) e agora resta saber o que fazer com este autocolante.
segunda-feira, 9 de abril de 2007
Cartaz e autocolante
Posted by CLeone at 14:54
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8 comments:
De caminho, se me explicarem como faço copy paste de um texto escrito em word para o blogger, agradeço. Terá sido pela foto que não deu? Odeio computadores.
A minha falta de tempo aliada à gravidade dos temas em discussão, levou-me a auto-suspender a minha colaboração no Amigo do Povo até meados de Maio. Não dá mesmo para escrever qualquer coisa e depois estar uma semana sem ler réplicas.
Mas não resisto a deixar aqui algumas observações que desenvolverei na minha reentrée (acho que sobre o PNR ainda vai correr muita tinta):
1. Além da lei que levou a retirar o cartaz dos Gatos Fedorento ser esquisita, também achei esquisito o zelo e diligência da Câmara Municipal de Lisboa que em relação a outros assuntos se notabiliza pela lentidão e negligência.
2. A mensagem anti-democrática do cartaz parece-me óbvia: trata-se do derrube (literal) de todos os partidos com assento parlamentar.
3. O PNR usará a seu favor toda a ambivalência e todos os «pecados» dos partidos atacados - chamar vilanagem a todos os partidos de assento parlamentar é difamação/injúria? Mas os políticos não passam a vida a insultar-se uns aos outros?, etc.
4. Em vez de se entrar numa grande discussão histórico-filosófica sobre se os partidos que perfilham a ideologia fascista devem ou não ser legalizados, o Estado devia aplicar ao PNR o mesmo zelo que a CML usou para retirar o cartaz dos Gato Fedorento: levar as ameaças físicas a sério, investigar todas as ligações a actividades criminosas, todas as incitações à violência, manifestações de racismo e xenofobia, isto é, todos os crimes puníveis por lei. O PNR, como partido político, possui meios que não se encontram ao alcance do cidadão comum, ou mesmo de associações cívicas. Esta situação deve levar a uma maior exigência para com o partido e não a uma defesa a outrance dos seus privilégios.
Para citar um bom livro em jeito de comentário ao autocolante..."Bowling Alone".
Não sei se isto é incitação à violência. Mas na dúvida, mesmo (ou sobretudo) na dúvida, deve vencer a liberdade de expressão.
Pois, o autocolante é ainda mais expressivo que o cartaz, por isso dei-o a conhecer aqui (ainda não o vi referenciado em lado nenhum, mas não procurei). Com a manutenção do cartaz, concordo; com a indiferença ao aautocolante, não, até porque talvez não estejam assim tão sós no bowling.
E cá aguardo o regresso do amigo do povo, o F. Martins e o Cardoso Reis não estimulam lá muito...
João,
Aguardo a rentrée de Maio. Os posts de cinema vão fazer falta ao Amigo do Povo.
Muito me honram as expectativas de Cleone e de Vallera.
Caro Hugo Mendes, de acordo quanto à prevalência da liberdade de expressão. Mas atenção, foi a liberdade de expressão dos Gato Fedorento que foi posta em causa com a retirada do cartaz e as ameaças físicas de intimidação. Estas alegadas ameaças deviam ser levadas a sério pelas entidades competentes, com o mesmo zelo com que foi retirado o cartaz.
A liberdade de expressão do cartaz fedorento não foi violada, o cartaz estava num sítio em que não podia estar, essa autoridade esteve bem (apesar de tanta celeridade no meiod e tanta lentidão ser suspeita); as ameaças, sim, violam a liberdade, mas a autoridade para essas (policial) deve estar a seguir isso, tudo leva a crer. E só não junto outra imagem de outro autocolante (em que se lê «a coisa está preta, o PNR resolve») por nem ser necessário e o autocolante estar meio destruído. Os autocolantes são bem mais graves que o cartaz, ao que parece.
Talvez estas coisas sejam dificilmente enquadráveis no nosso quadro constitucional, mas eu acho que a democracia deve saber aceitar propaganda anti-democrática, tal como uma sociedade cosmopolita deve saber aceitar propaganda xenófoba.
Dentro de limites, claro, e é aqui que a porca torce o rabo; mas serão slogans como "Basta de vilanagem" ou "A coisa está preta, o PNR resolve" (confesso que não conheço a ilustração que acompanha esse segundo autocolante) ameaças concretas? Tenho tudo menos certezas neste capítulo.
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