domingo, 28 de janeiro de 2007

Ode aos Sapos

Conheci, quando andava pelo Alentejo a brincar aos antropólogos, um poeta popular que também era presidente da junta e que também era desagradável. Um tipo chato, chamado Heitor, cuja existência desmente o paternalismo do pessoal cultivado em relação aos poetas populares. Mas isto vem a propósito do pequeno lugar de Sapos, já não muito longe da fronteira com Espanha e onde consta fazer-se o melhor pão alentejano num raio de alguns quilómetros. Ora, o poeta Heitor dedicou um pequeno poema à localidade de Sapos. Como a poesia popular anda mal representada na blogosfera, e apesar do autor ser um bajulador insuportável, e do livro, vá lá, ter um desinteresse relativo, cá fica. Rima, e tudo.

Sapos

Entre o verde renasceste
com cheiro a gado a pastar
água boa de fartar
quase do nada cresceste
Bonitas casas recebestes
gente boa cativastes
nos Sapos é um prazer
seus momentos de lazer
novo Alentejo criaste

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