terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Teorias da evolução

Por estes dias, saiu nos jornais uma notícia extraordinária: foi descoberta uma mulher que esteve perdida na selva cambodjana durante 19 anos! Claro que o seu processo educativo já foi iniciado e, segundo os jornais, «a selvagem» (também segundo os jornais, neste caso o Correio da Manhã de 29.01), já diz «papá» e «mamã» ou «dói-me».
Imagino que daqui a três meses, ela possa dizer «a mula comeu a papoila», «o hipópotamo foi à horta», ou até «a menina deu a nota ao anão». No que diz respeito a fazer amigos, terá alguma dificuldade, porque os nomes, geralmente, apresentados nos manuais do 1º ano ficam-se por Quinito, que comprou um quilo de queijo; Veiga, que toca viola; Viviana que ouve o Veiga e finalmente Zélia que viu doze vezes o filme do Zorro.
Com tal linguarejar não prevejo nada de bom para Rochom Phoeung, assim se chama a aluna que, ainda para mais, tem por hábito esperar que todos adormeçam para gatinhar nua, em busca da saída da cabana. Seria, talvez mais útil ensinar-lhe, «Ó chefe, tira-me um fino» ou «orienta aí um cigarro».
Espero que a RTP2 possa incluir brevemente o desenrolar de tão apaixonante caso à hora dos documentários. Já estamos um bocadinho cansados do homem da palafita e da vida sexual das centopeias.

2 comments:

zepitecos disse...

Uma delicia de texto!...

Hugo Mendes disse...

Alguém faça sff chegar essa história ao Spielberg e temos um blockbuster num par de anos.