Dividido em três capítulos, cada um deles potencialmente autónomo, o tríptico sobre Medeia concentra-se nalguns temas que surgiram da leitura do grande texto de Eurípides. Este é aqui utilizado como pretexto, imprescindível ponto de partida, para uma interpretação pessoal com uma forte liberdade expressiva que encontra a sua correspondência cénica na utilização de escassos elementos cenográficos, nos corpos e vozes dos actores como vectores de informação e emoção, no uso de várias línguas destinadas a tornar-se simplesmente som.
Três telas sujas, caóticas, cores lançadas de jacto sem gramática, sem lógica, a ruptura de uma forma, ou pelo contrário a tentativa utópica da não-formalização. Deste caos, é a memória dos corpos, da carne, que toma a dianteira. A primeira tela ou capítulo I, Medeia e Jasão, é o encontro/embate destes dois corpos e das suas histórias, síntese da história de Medeia, do mito Medeia, tal como nos foi transmitido. Dança de corpos que se procuram e se anulam no outro, nesta memória que não pertence aqui. As outras duas telas ou os outros dois capítulos vêm completar a narrativa do primeiro: o corpo da mulher amada/amante que se torna o corpo mãe/corpo infanticida; e depois no último capítulo o corpo que elimina, anula o sangue, a carne, para ascender e portanto tornar-se Dea-Me-Dea. Poucas palavras, palavra nenhuma: alfabeto que procura a reconquista de uma língua na impossibilidade da compreensão, onde o dizer se torna som, memória arcaica. Música.antonio latella
Antonio Latella nasceu em Nápoles em 1967. Em 2001 ganhou o prémio especial UBU para o projecto “Shakespeare e mais além” e continuou a sua pesquisa sobre Shakespeare nos anos seguintes. Montou ainda três textos de Genet, I Trionfi de Testori (2003), O Banquete das Cinzas (2005, a partir de Giordano Bruno, prémio da crítica), As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant de Fassbinder (2006) e algumas óperas. Mas as suas encenações mais conhecidas partem da obra de Pasolini: Pílades (2002), Pocilga (2003) e Besta de Estilo (2004) – esta última pôde ser vista o ano passado na Culturgest. Este ano foi convidado para ser um dos encenadores do projecto Thierry Salmon (a nova École des Maîtres), dirigido por Franco Quadri.
Dia 29 Capítulo I (21h30) ·
Três telas sujas, caóticas, cores lançadas de jacto sem gramática, sem lógica, a ruptura de uma forma, ou pelo contrário a tentativa utópica da não-formalização. Deste caos, é a memória dos corpos, da carne, que toma a dianteira. A primeira tela ou capítulo I, Medeia e Jasão, é o encontro/embate destes dois corpos e das suas histórias, síntese da história de Medeia, do mito Medeia, tal como nos foi transmitido. Dança de corpos que se procuram e se anulam no outro, nesta memória que não pertence aqui. As outras duas telas ou os outros dois capítulos vêm completar a narrativa do primeiro: o corpo da mulher amada/amante que se torna o corpo mãe/corpo infanticida; e depois no último capítulo o corpo que elimina, anula o sangue, a carne, para ascender e portanto tornar-se Dea-Me-Dea. Poucas palavras, palavra nenhuma: alfabeto que procura a reconquista de uma língua na impossibilidade da compreensão, onde o dizer se torna som, memória arcaica. Música.antonio latella
Antonio Latella nasceu em Nápoles em 1967. Em 2001 ganhou o prémio especial UBU para o projecto “Shakespeare e mais além” e continuou a sua pesquisa sobre Shakespeare nos anos seguintes. Montou ainda três textos de Genet, I Trionfi de Testori (2003), O Banquete das Cinzas (2005, a partir de Giordano Bruno, prémio da crítica), As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant de Fassbinder (2006) e algumas óperas. Mas as suas encenações mais conhecidas partem da obra de Pasolini: Pílades (2002), Pocilga (2003) e Besta de Estilo (2004) – esta última pôde ser vista o ano passado na Culturgest. Este ano foi convidado para ser um dos encenadores do projecto Thierry Salmon (a nova École des Maîtres), dirigido por Franco Quadri.
Dia 29 Capítulo I (21h30) ·
Duração: 1h05
Dia 30 Capítulos II (21h30) e III (23h00) ·
Duração: 50 m + 40 m
Dia 1 Capítulos I (18h30), II (21h30) e III (23h00) ·
Duração: 1h05 + 50 m + 40 m
Capítulo I: Medeia e Jasão
Capítulo I: Medeia e Jasão
Capítulo II: Medeia e Filhos
Capítulo III: Medeia Deusa
Encenação Antonio Latella
Encenação Antonio Latella
Dramaturgia Federico Bellini Com Nicole Kehrberger, Michele Andrei, Giuseppe Lanino e Emílio Vacca
Som Franco Visioli
Luzes Giorgio Cervesi Ripa
Assistente de encenação e movimentos coreográficos Rosario Tedesco
Figurinos Rosa Futuro e Tobias Marx
Fotografia Anna Bertozzi
Produção Teatro Stabile dell’Umbria, Totales Theater International, Festival delle Colline Torinesi
Estreia a 18 de Junho de 2006 em Turim, no Festival delle Colline Torinesi
*texto retirado da página publicitária da Culturgest
0 comments:
Enviar um comentário