terça-feira, 6 de novembro de 2007

A Memória de Verdun (ou os soldados não gostam de planícies III)

Se há um sítio onde a memória da Guerra se materializa, se torna palpável, tangível, é em Verdun. Em Verdun, quem nunca fez a Guerra tem uma imagem muito concreta do que possa ser. A Batalha de Verdun foi das mais longas e das mais sangrentas da História. Durou dez meses, morreram mais de 300 mil soldados (quatro ou cinco vezes o número de soldados americanos mortos em toda a Guerra do Vietname). No fim da batalha, dez meses e 300 mil homens mais tarde, as posições ocupadas eram as mesmas do início. A expressão "carne para canhão" ganha outro significado, um significado profundamente humano. São quilómetros planícies ligeiramente acidentadas, povoados ainda de trincheiras e fortes. Difícil é não imaginar soldados entrincehirados, sob uma chuva de Obuses. O trabalho de memória no local está muito bem feito, são vários os memoriais e monumentos, e muitas as referências a locais que por uma ou outra razão foram importantes no desenrolar dos acontecimentos, sempre bem indicados. Leva algum tempo a ver tudo o que há para ver (eu não conseguiu, terei que voltar), mas isso também é necessário para perceber a dimensão da Batalha.
Diz a máxima (de Estaline?) que uma morte é uma tragédia, um milhão de mortes é uma estatística. Em Verdun foram 300 mil tragédias, não há volta a dar.

Os soldados não gostam de planícies I e II

3 comments:

vallera disse...

já vi que também andaste no turismo de guerra;-) É impressionante não é?

Zèd disse...

Indeed! Andei, um pouco por acaso, mas estava por aquelas bandas. Impressiona de facto.

samuel disse...

Já vi "monumentos" desta dimensão, embora noutros sítios. Fica-se gelado!