Voltei a Madrid a semana passada, após 7 anos de ausência, e gostei mais agora do que então. Talvez porque tenha visto uma Madrid mais intercultural. Não que ela não existisse antes, talvez me tenha passado ao lado.A começar pelas gentes nas ruas e nos estabelecimentos, com muitos imigrantes, sobretudo latino-americanos. Depois, a retrospectiva da Paula Rego no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, muito forte, embora o espaço parecesse apertado.
Ademais, os melhores restaurantes foram galegos: o Taberna Maceiras, com música tradicional galega e um ambiente muito acolhedor (+info e imagens para salivar aqui e aqui) e a Marisquería Ribeira do Miño, esta mais antiga e finalizando os repastos com a tradição do conjuro, uma queima para fazer ponche de café acompanhada da leitura dum texto de esconjuro.
Deu ainda para ver a exposição que inaugurou o anexo do Museo Nacional del Prado, Fábulas de Velázquez, que mostra o lado menos conhecido deste pintor, enquadrado por outros pintores e quadros que o influenciaram.
E livrarias, muitas, e manifestações, ao largo (não são monopólio de França, hélas!). E muito passeio...
Duas coisas ficaram em falta: ver o Rastro (a Feira da Ladra lá do sítio) e comprar uma garrafa de aguardente de medronho. É verdade, nem na cidade que tem como símbolo um medronheiro cobiçado por um ursão guloso foi possível encontrar, em pouco tempo, o divino néctar. Fica para a próxima.


11 comments:
que inveja. Teres ido ver a retrospectiva da Paula Rêgo... quanto a Madrid...Madrid Me mata Siempre. Aliás, toda a Espanha é absolutamente... sei lá, muito melhor do que isto em que vivemos. Não percebo porque é que não podemos ser espanhois :-(
Não de amargures, como dizia o outro somos cidadãos do mundo :)
Porque a Espanha é uma monarquia...
O comentário anterior é em resposta à Elisa.
É verdade, Elisa, às vezes dá vontade de pedir por mais :|
Agora gosto mais de Madrid (apesar do seu lado monumental), mas acho que ainda prefiro Barcelona, e continuo a gostar muito de Santiago e Sevilha (vá, também um pouco de Salamanca).
Por cá, vamos melhorando (pelo menos em Lisboa e Porto, que são as cidades que conheço melhor), se calhar mais devagarinho.
Somos mais pobres, com menos escala e mais conservadores, deve ser por isso..
By the way, fui duas vezes a Aveiro e gostei da cidade, pode-se andar a pé (e de buga!), tem uma boa livraria, um teatro bonito, uma ria magnífica. E mais segredos que tu deves conhecer ;)
Ola, Daniel.
Da próxima vez, vá até las tiendas de Licores Cortés (situadas em pleno centro de Madrid) que, com certeza, vais encontrar aguardente de medronho a dar com pau. Já em Salamanca, vale tudo. Acredito que é a cidade com o maior número de bares por habitante. E com "tapas" bem convidativos...Tim-tim
Uma vez em Madrid esqueçam as bebidas típicas e provem o melhor, mas mesmo o melhor vodka que já beberam na vida no restaurante/bar escandinavo Olsen (www.olsenmadrid.com)
Manolo e Sofia, obrigado pelas dicas, fica anotado para a próxima investida, que espero seja menos intervalada no tempo :)
Apertado é o mínimo que se pode dizer do espaço da exposição da Paula rego, Daniel, coitados dos quadros todos a gritar.
Tens razão, Ana, o espaço era manifestamente exíguo para uma mostra daquele fôlego.
Há museus em Paris e Londres com bastante mais espaço para as temporárias do que o Rainha Sofia, mesmo tendo colecções permanentes.
Já o novo anexo do Prado é espaçoso, permitindo inserir quadros de dimensões 'monumentais'.
Daniel
a minha cidade espanhola favorita é Santiago. E depois Madrid. Depois talvez Barcelona... mas eu gosto de toda a Espanha e, sim, mesmo cidadã do mundo, gostava de ter no BI nacionalidade: espanhola. Pronto. Mesmo não sendo pró-monarquia, até aguentava o Juan.
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