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Estamos em plena época de Greves em França (por aqui é quase sazonal). Neste momento são os regimes especiais de reforma na SNCF (os caminhos-de-ferro franceses) que estão no centro do conflito. Mas o conflito pode alargar-se às Universidades que protestam contra a reforma do ensino superior (aprovada em pleno Agosto), com os estudantes a querem apanhar a boleia da greve da SNCF. Está criado o clima para a generalização da conflitualidade social.
Sarkozy, provavelmente, tem aqui o conflito que mais deseja. Foi eleito com base na imagem de austeridade, e de intransigência, e pode agora provar que é o que diz ser. A esquerda, e em particular os sindicatos deveriam ter bem presentes que revindicações irrealistas, e injustas (ou pelo menos vistas como tal pela opinião pública) são uma benção para Sarkozy. A capacidade de mobilização dos sindicatos em França conseguiu no passado fazer grandes greves e obter cedências dos governos (particularmente de Chirac em 1995), no entanto nunca foram parceiros activos na elaboração de reformas. Conicidência ou, não raramente a esquerda esteve no poder desde o princípio da V República. Sarkozy sabe disso, e o sentimento dos franceses em relação às greves é sobretudo de saturação, em particular no que toca a regimes especiais - que são previlégios de classe profissionais específicas. No entanto Sarkozy também é um homem que faz concessões, geralmente dissimuladas
(ver o artigo já linkado ali acima), porque é um político que governa sobretudo e acima de tudo para as sondagens. E neste momento
a sua popularidade está em baixa, tal como a popularidade das revindicações dos grevistas. Vamos ver para que lado é que quebra. Enfim,
à suivre...
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