Segundo Sarkozy, ontem nas comemorações do 8 Maio, o fim da II Guerra na Europa, afrimou que "A verdadeira França não estava em Vichy". Ficamos a saber portanto que Pétain não era verdadeiramente francês (se calhar era austríaco). A polícia francesa também não teve nada que ver com a deportação de judeus, como por exemplos no Vel' d'Hiv a 16 e 17 de Julho de 1942 (deve ter sido o exército regular prussiano). As forças afectas ao regime de Vichy que combateram activamente a resistência também não eram franceses (eram talvez alemães). E já agora quem é que transformou num massacre os festejos da vitória na II Guerra, a 8 de Maio de 1945 em Sétif e Guelma, na Argélia?
De facto só faltava a Sarkozy um ligeiro toque de estalinismo para completar o quadro.
De facto só faltava a Sarkozy um ligeiro toque de estalinismo para completar o quadro.
2 comments:
Bem em primeiro lugar dois dados prévios:
1) Sou 50% francês ... Ninguém é perfeito :-)
2) Não gosto absolutamente nada do Sarkhozy. Acho que é um autêntico esquizofrénico para não dizer (muito) pior (incompetente é uma das palavras que me ocorre assim de repente)
Isto dito acho que neste caso o Peão foi mauzinho. Eu entendo o que ele quis dizer. A maioria dos franceses não se identificou com Vichy, nunca. Aliás como sabe o Pétain foi julgado e condenado á morte por traição à Pátria como aliás muitos outros colaboracionistas. Além disso em muitos pontos o exercito francês não aceitou o alinhamento do General ... Desse ponto de vista acho perfeitamente legitima a afirmação que Sarkhozy profere e até me parece invulgarmente de bom senso. Eu pelo menos, como francês acho definitivamente que a verdadeira França foi a que se revoltou ...
O estado francês não deixa de ser responsável pelo que o governo de Vichy fez, como aliás o reconheceu Chirac (e para que eu elogie Chirac é preciso muito). Não quero obviamente apagar da história o que fez a resistência, que aliás acho notável, foi dos países invadidos aquele onde a população mais se empenhou na luta contra a ocupação nazi. Mas não se pode apagar nenhum dos lados da história. Claro que se pode dizer que um lado - a resistência - deve ser louvado e tido como exemplo, o outro - Vichy - deve ser condenado. Não pode é apagar-se a história. O que Sarkozy fez ontem, como quer fazer também com a história da escravatura - para dar outro exemplo - é revisionismo histórico. Quer desqualificar aquilo que não lhe interessa como não sendo parte da história de França. Chirac pediu desculpa aos judeus.
P.S. 50% sempre é melhor do que 100% :-)
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