quinta-feira, 15 de maio de 2008

Última hora: eu fumo, apesar de pouco

Tenho uma declaração a fazer aos Portugueses: já fumei (muito e durante bastante tempo). Já deixei de fumar (até ao dia em que vi duas miúdas giras a fumar numa esplanada e decidi cravar-lhes um cigarro só para meter conversa). Agora fumo outra vez (mas muito menos do que dantes, embora já há algum tempo).

Nunca fumei num avião, a não ser talvez uma vez há muitos anos (quando fumava muito e ainda não era proibido). Já viajei num comboio para a Lapónia onde havia um cubículo para fumadores de 8m2 que parecia a entrada duma chaminé inglesa e onde a roupa que entrava saía directamente para um incinerador. Já apertei a mão a um primeiro-ministro que não fumava, e sinceramente não gostei.

Já vi bastantes pessoas com ar de quem bem gostaria de transgredir a proibição de fumar no avião. Já vi médicos a dizer que não se deve beber nem uma gota de álcool durante a gravidez enquanto fumavam o 16° cigarro da noite. E uma vez já quase que provoquei um acidente de automóvel no próprio carro que estava a conduzir porque me tinha esquecido de que já não fumava e, enquanto atirava mentalmente fora o cigarro pela janela, me apercebi que a janela estava fechada. Durante dez ou quinze segundos dramáticos, imaginei que o tapete do carro (era altamente inflamável) estava a arder debaixo dos meus pés.

É desde então que considero que um fumador reprimido é perigoso para a saúde.

Tenho dito.

1 comments:

Sofia Rodrigues disse...

E que bem que o disseste, André, fumador semi-reprimido ;-)