A cada filme, Wong Kar Wai constrói um itinerário sentimental para as suas personagens e transporta-nos ao longo da jornada. Aí, reside uma das suas grandes qualidades que, juntamente, com a prodigiosa fotografia do cenário urbano e a envolvência da banda sonora, constituem a sua marca autoral.
Em My blueberry nights é fácil reconhecer Wong Kar Wai, mesmo nos E.U.A. e sem o «exotismo» asiático, lá está a cartografia: o trágico Sul, com David Strathairn a funcionar como o duplo perfeito do seu galã chinês Tony Leung Chiu Wai; o Oeste empreendedor, aqui Natalie Portman no seu melhor papel e com outro toque remissivo para a peruca de Chungking Express; e a acolhedora realidade da Grande Cidade, por oposição ao espaço americano quase mítico, e onde o realizador se sente «em casa» (e nós, clientes habituais daquele café).
E a história de amor, desta vez, tão suave, em que a habitual crispação e sensação de impossiblidade dá lugar à doçura, como se a protagonista (Norah Jones), livre das «obrigações» de femme fatale ou de «espartilhos» sufocantes conseguisse arranjar um espaço de entrega. Ao rapaz (Jude Law), Wong Kar Wai concede tempo e disponiblidade, dádiva rara no realizador/argumentista.
O resultado é um belíssimo happy end, ideal para dias amargos de chuva.
Em My blueberry nights é fácil reconhecer Wong Kar Wai, mesmo nos E.U.A. e sem o «exotismo» asiático, lá está a cartografia: o trágico Sul, com David Strathairn a funcionar como o duplo perfeito do seu galã chinês Tony Leung Chiu Wai; o Oeste empreendedor, aqui Natalie Portman no seu melhor papel e com outro toque remissivo para a peruca de Chungking Express; e a acolhedora realidade da Grande Cidade, por oposição ao espaço americano quase mítico, e onde o realizador se sente «em casa» (e nós, clientes habituais daquele café).
E a história de amor, desta vez, tão suave, em que a habitual crispação e sensação de impossiblidade dá lugar à doçura, como se a protagonista (Norah Jones), livre das «obrigações» de femme fatale ou de «espartilhos» sufocantes conseguisse arranjar um espaço de entrega. Ao rapaz (Jude Law), Wong Kar Wai concede tempo e disponiblidade, dádiva rara no realizador/argumentista.
O resultado é um belíssimo happy end, ideal para dias amargos de chuva.
P.S. - O Peão já aqui falou deste filme.
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