Da aldeia de Castelo de Mendo não tinha qualquer ideia prévia. Foi uma boa surpresa, uma pequena jóia paisagística e monumental. Os guias turísticos sublinham a localização num maciço granítico a 756 metros de altitude e o pelourinho mais alto da Beira, de sete metros de altura, como podem conferir aqui. Eu prefiro a igreja em ruínas. Uma frase de Raul Brandão surgiu-me como a legenda apropriada: «Sem tecto, entre ruínas.» Mas o sentido da frase seria o avesso do inscrito no livro incomparável que é Húmus. Para Raúl Brandão «sem tecto, entre ruínas» era a imagem angustiada da crise intelectual e política da I República. Num dia limpo de verão, respirávamos paz ao deambular pelas ruínas de Castelo de Mendo. Que importa não haver tecto se um azul suave tinge o céu? Que importa haver ruínas se a beleza destas não é ameaçada mas esculpida pelo tempo?
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
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2 comments:
Olá João Miguel,
Só para dizer que estou a gostar muito de ler estes teus postais da Beira.
um abraço
André
Olá André,
Fico contente de estares a gostar desta série.
Um abraço,
João Miguel
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