O Congresso homenageou Benjamim Enes Pereira (Montedor, 1928) pelo trabalho que realizou em prol da antropologia portuguesa, na equipa de Jorge e Margot Dias, Ernesto Veiga de Oliveira e Fernando Galhano, primeiro no Centro de Estudos de Etnologia, no Porto, e depois no Centro de Estudos de Antropologia Cultural / Centro de Antropologia Cultural e Social e no Museu de Etnologia.
Na conferência de homenagem, João Leal (FCSH-UNL) disse que Benjamim Pereira viveu em dois países. Do primeiro país, profundamente rural, embora diverso nas suas múltiplas ruralidades, recolheu objectos de cultura material, testemunhou práticas e contextos, apreendeu significados, contribuiu para a elaboração de uma imagem sólida e estruturante.
O segundo país, aquele onde agora vive, já não é rural, sem ser inteiramente urbano; não se revê nos objectos recolhidos por Benjamim Pereira; não dispõe de uma teoria antropológica sobre si próprio. Leal faz um repto às novas gerações de antropólogos no sentido de pensarem o país actual, para além dos estudos de caso e das novas visões essencialistas, aprendendo com o exemplo de Benjamim Pereira, nomeadamente com a sua minúcia descritiva e com a imersão na história dos objectos.
Benjamim apreciou o repto e ficará, certamente, atento aos seus frutos.
Para melhor conhecer o percurso singular de Benjamim Pereira, veja-se a entrevista publicada nos Arquivos da Memória (Dez. 1996 só disponível em papel) e o número 6 (2000) da revista Recherches d'anthropologie au Portugal (disponível em linha) que lhe foi dedicado (inclui entrevista, bibliografia, artigos sobre o autor e inédito do autor).
0 comments:
Enviar um comentário