E o Absolutismo Moral é o princípio e a justificação de todas as intolerâncias. Vem isto a propósito da crónica de Pacheco Pereira "Boomerang" no Público (16/02/2008), e em particular esta citação:
O "multiculturalismo", com o seu forte relativismo cultural, é cada vez mais difícil de compatibilizar com o adquirido civilizacional ocidental. Os valores que consideramos universais, em particular os direitos humanos, são postos em causa pelo relativismo "multicultural", que tende a desvalorizar a universalidade desses conceitos e a substituí-los por "interpretações" culturais que os põem em causa.
O relativismo moral não nos impede de defender perante outros os valores morais/éticos que consideramos justos, nem sequer nos impede de tentar persuadí-los com o uso de uma argumentação racional, e muito menos nos obriga a aceitar e/ou adoptar valores que não são os nossos. Impede-nos apenas, e bem, de impôr, em particular pela força, os nossos valores a quem tem valores diferentes. A única coisa que é posta em causa pelo relativismo "multiculturalista" é a possibilidade do ocidente impôr o seu adquirido civilizacional (o que quer que isso seja) a outros que o não queiram.
O "multiculturalismo", com o seu forte relativismo cultural, é cada vez mais difícil de compatibilizar com o adquirido civilizacional ocidental. Os valores que consideramos universais, em particular os direitos humanos, são postos em causa pelo relativismo "multicultural", que tende a desvalorizar a universalidade desses conceitos e a substituí-los por "interpretações" culturais que os põem em causa.
O relativismo moral não nos impede de defender perante outros os valores morais/éticos que consideramos justos, nem sequer nos impede de tentar persuadí-los com o uso de uma argumentação racional, e muito menos nos obriga a aceitar e/ou adoptar valores que não são os nossos. Impede-nos apenas, e bem, de impôr, em particular pela força, os nossos valores a quem tem valores diferentes. A única coisa que é posta em causa pelo relativismo "multiculturalista" é a possibilidade do ocidente impôr o seu adquirido civilizacional (o que quer que isso seja) a outros que o não queiram.
3 comments:
É preciso descaramento para escrever algo deste teor, que tão abertamente revela uma defesa de um despotismo iluminado sobre uma cambada de ignorantes e atrasados - ou seja, todos aqueles que não partilham o tal "adquirido civilizacional ocidental". Até Pacheco Pereira deveria ter pudor em o fazer, e o facto de não ter parece-me um sintoma preocupante.
A resposta de Zèd a jpp sugere que é preciso ser-se relativista para se ser tolerante. Isto está errado. Pode-se, por exemplo, defender que há valores absolutos mas que não há critério que assegure a sua posse e basear nisso uma atitude tolerante. Também se pode crer estar na posse de tais valores absolutos e deles derivar este: não intervenhas onde o risco de provocar sofrimento seja grande. Há mais alternativas mas penso q Zéd as rejeitará com educação e apenas com alguma impaciência. Quanto a Isabel Valente é um caso triste de pessoa que antes de provar que o anti relativismo implica despotismo, já me classificou, com a sua muita tolerância, de déspota empedernido.
Não quis sugerir que seja preciso ser relativista para ser tolerante, nem isso nem o contrário. Simplesmente acho que ser relativista é um bom caminho, por ventura o melhor para ser tolerante (o comentário do Júlio faz-me lembrar um debate antigo aqui no Peão sobre Cosmopolitismo vs Multiculturalismo, no qual eu até tendo a preferir o Cosmopolitismo que é o menos relativista). O que quis dizer foi apenas que ao relativismo, jpp opõe o absolutismo, ou seja a superioridade do "adquirido civilizacional do ocidente" o que é uma postura manifestamente intolerante, assente numa arrogância 'iluminada'.
(peço desculpa pela resposta atrasada)
Enviar um comentário