As inovações podem ser más, mas as continuidades são piores. Quem viu a «manifestação pacífica» de aspirantes a terroristas devidamente encapuçados a gritar «desmascarar a democracia», muito animados contra «o capitalismo e o fascismo» enquanto se encaminhavam numa manifestação ilegal (não autorizada e com vandalismo associado) para a sede de um partido com o intuito expresso de a atacar (na linha da repetida destruição da propaganda política regular), não pode deixar de notar as similitudes (identidade) de termos, meios e objectivos políticos com a «extrema-direita» associada a claques de futebol, concertos clandestinos, posse ilegal de armas, etc. Embora, de facto, haja discriminação: até ver, ninguém se interessou por investigar quem organizou aquilo, nem como é que a «provocação» e a «violência policial» resultaram em 7 feridos dos quais 5 são polícias, nem por que motivo a juíza colocou «os jovens» sob termo de identidade e residência, tal como os responsáveis pela destruição do cartaz do PNR não interessam a ninguém.
Felizmente, por Portugal ser uma democracia «meramente formal», do «centrão», não podem tratar uns dos outros como desejavam - nem dos imigrantes, nem de nós. E nem toda a informação é como a peça que o Público hoje apresenta, nem mais nem menos anedótica que o editorial ou a diatribe de Pulido Valente. Compare-se com a notícia sobre o caso no DN e veja-se a diferença.
sexta-feira, 27 de abril de 2007
Ainda o 25 de Abril (?)
Posted by CLeone at 11:37
Labels: fascistas e sociais-fascistas; liberade política; informação
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8 comments:
Não devo ter lido bem o teu post, mas parece-me que não te estás a referir às continuidades.
Sintomática a equiparação com extrema-direita, que o(a) autor(a) deste post faz.
Para o(a) Cleone, é a mesma coisa graffitar montras e perseguir ou espancar pessoas por causa da cor da pele. Enfim, relativismos...
E sintomática também a preferência por um DN que, com as mudanças editoriais em curso, abraçou a via do sensacionalismos (a "estória" do ataque à sede do PNR está muito mal contada).
Por último, é risível a acusação de terrorismo aos manifestantes libertários. Veleidades "neocons" de alguns spin doctors socráticos?
Não sei bem o que se passou no caso em questão, mas parece-me ser verdade que há entre nós - o que é facil de explicar do ponto de vista histórico - alguma complacência ideológica com fenómenos de violência à esquerda. Eles podem é não ser muito frequentes, e essa complacência é menos testada empiricamente. Mas se tivesse sido a extrema-direita a protagonizar os mesmíssimos actos, de certeza que a reacção pública seria outra.
E compare-se com o Expresso, os relatos e vídeos na net, a SIC, a TVI (por enquanto), etc. etc.
Será que este militante socialista não teria outra reacção - aí não não tinha - fosse outro o governo, não percebendo que a polícia é a mesma, e na PSP vão-se vingando das incursões da PJ e GNR no tráfico de armas (dentro da PSP), drogas, e na conivência com a extrema-direita?
Trata-se de violência gratuita, claramente exagerada, inadmissível num estado de direito, seja contra quem for.
Como já não é a primeira nódoa neste pano, perdi-lhe a cor, vai em rosa muito desbotado o peão, donde aos meus feeds vou e ao canto direito do teclado também: delete.
Mas antes disso, só uma correcção sem importância: social-fascistas. Sociais-fascistas grafava por vezes o Eduíno Vilar, mas era por falta de gramática...
Saí há pouco de uma discussão em que introduzi este tema com as informações que havia recolhido do campo sensacionalista pró-manifestação. Rapidamente apercebi-me, pelas palavras do gigante que teimo em subestimar, que eu estava encadeado por essas mesmas posições — e o oportuno [aparentemente tendencioso, mas oportuníssimo] artigo do CLeone vem corroborar esse meu sentimento.
Eu julguei que este se tratava de um caso de brutalidade policial injustificado, mas creio que os nacionalistas sentiram o mesmo quando a sede do PNR foi investigada pela polícia e as armas dos provocadores de extrema-direita foram apreendidas.
Em contrapartida, algumas posições moderadas da esquerda vêm sido criticadas pela sua teimosia em fazer no 25 de Abril um desfile unitário e, aparentemente, monomórfico. Contudo, esse desfile, que transportava uma mensagem muito concreta, saiu obfuscado pelos acontecimentos que discutimos agora.
Reparem que o facto de a polícia estar no local certo à hora certa não é coincidência, tal como a apreensão de armas aos nacionalistas não o é. As forças de informação e segurança interna que preservam o sistema capitalista está atenta a estes factores de desestabilização.
A extrema-esquerda sempre foi um inimigo da esquerda e esta manifestação, sem querer tomar um juízo final, foi engendrada por esse quadrante — vejamos que o movimento se gerou "espontaneamente", mas já com um propósito definido! Alguns que a constituiram, por livre vontade e crença na mensagem aparente dessa manif., poderiam ser os mais moderados dos manifestantes, mas não previram duas coisas fundamentais:
— que aquele desvio poderia constituir uma desmobilização perpetrada por extremistas, o que enfraquece a manifestação geral organizada por movimentos unitários;
— que o objectivo concreto da manifestação — protestar junto à sede do PNR — só servia para reforçar a imagem do PNR, enquanto posição antagónica, e talvez atiçar a violência entre as facções.
Ora, quem perde mais no meio de isto tudo são os democratas progressistas que vêm a sua mensagem de tolerância e transformação equilibrada da sociedade desvirtuada pela violência de facções com conotação radical.
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Depois chamam-nos estalinistas, mas o que falta mesmo é consciência de classe nuns, consciência política noutros e consciência ideológica em alguns a quem chamam, e com razão, de estalinistas.
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As aparências iludem.
"Será que este militante socialista não teria outra reacção - aí não não tinha - fosse outro o governo".
Ora nem mais, caro João.
Os comentários são reveladores: nada de substantivo é dito sobre o que ficou no post, por não haver factos que o desmintam. Depois:quem tem prática regular de seriedade intelectual, não discorda, mesmo utilizando linguagem diplomática; quem não tem nad apara dizer falha d euma gralha (havia outra, nos tags, liberade em vez de liberdade); outros são incompreensíveis (dois) e por fim há os chico-espertos, que desde neocon socrático a militante socialista julgam que me podem insultar com patranhas sem sentido que posts anteriores meus (aqui e no Esplanar) antecipadamente desmentem. Coitados. O valor disto é no entanto manifesto: o abuso anti-democrático do 25 de Abril por gente que se diz de Esquerda, mas que é o contrário de tudo o que a esquerda sempre foi, é repetido, mesmo que infrutífero. Matéria para um post, talvez no labob.
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