A semana passada por ocasião dos quarenta anos da Guerra dos Seis Dias o Courrier International publicou um número especial com um excelente dossier sobre esse conflito e as consequências que teve para o Médio Oriente nos últimos quarenta anos. Sem re-inventar a roda este número traz uma visão algo nova (pelo menos para mim), e coloca a Guerra dos Seis Dias como momento fundador do confilto Israelo-Palestiniano como o conhecemos hoje. A estrondosa vitória de Israel em 1967 tornou-se no seu maior problema. Israel ocupou então os territórios palestinianos, podia depois ter trocado Terra por Paz mas ficou com a Terra. Não oferece qualquer contestação a necessidade que Israel tinha de fazer a Guerra dos Seis Dias para a sua própria sobrevivência naquele momento. A questão é a de saber o que fazer depois com a vitória. Os Partido Trabalhista, força política claramente dominante na altura, preferiu perseguir o sonho da Grande Israel, ocupou e começou de imediato a contruir colonatos (enganando o aliado americano, para depois fazer a política do acto consumado). A prazo não conseguiram nem a Grande Israel nem a Paz, o que ditou a destruição do próprio Partido Trabalhista e abriu a via para as forças políticas religiosas. Aliás o fenómeno simétrico aconteceu do outro lado, entre palestinianos como entre israelitas o conflito asfixiou os movimentos laicos e catapultou o extremismo religioso.
Do outro lado também abundaram os erros. Os países Árabes vizinhos nunca souberam (nel quiseram) negociar a Paz com Israel, nem os Palestinianos tão pouco. Arafat sempre foi muito mais um chefe de um movimento de resitência armada do que um Chefe de Estado. Nunca hesitou em comprar alianças e dividir as hostes para manter o poder (o que provavelmente não é alheio aos conflitos entre palestinianos que se vêm hoje).
Este número do Courrier International têm testemunhos dos que viveram a Guerra dos Seis Dias de ambos os lados. E sobretudo, o que apreciei bastante, apresenta opiniões de israelitas e palestinianos críticos para com o seu próprio campo. Como por exemplo o psiquiatra palestiniano Eyad Al-Sarraj que escreve um artigo de opinião defendendo que os palestinianos não aprenderam nada com os seus próprios erros, nem com as vitórias e derrotas de outros povos (como África do Sul e Argélia por um lado e Somália por outro). Apresenta também a visão de uma nova geração de historiadores do conflito. Por exemplo é Gershom Gorenberg, um desses historiadores, que refere que os Trabalhistas enganaram os governo americano com respeito aos colonatos, para levar a cabo a política do facto consumado.
No final a opinião consensual é, tragicamente, que nada de substanical mudou nos últimos quarenta anos. A Guerra dos Seis Dias criou um problema que persiste, sem melhorias e sem solução à vista. Para resumo vale a pena ler o editorial (na coluna da direita) de Philippe Thureau-Dangin, e este outro no The Economist a que o primeiro faz referência.
Do outro lado também abundaram os erros. Os países Árabes vizinhos nunca souberam (nel quiseram) negociar a Paz com Israel, nem os Palestinianos tão pouco. Arafat sempre foi muito mais um chefe de um movimento de resitência armada do que um Chefe de Estado. Nunca hesitou em comprar alianças e dividir as hostes para manter o poder (o que provavelmente não é alheio aos conflitos entre palestinianos que se vêm hoje).
Este número do Courrier International têm testemunhos dos que viveram a Guerra dos Seis Dias de ambos os lados. E sobretudo, o que apreciei bastante, apresenta opiniões de israelitas e palestinianos críticos para com o seu próprio campo. Como por exemplo o psiquiatra palestiniano Eyad Al-Sarraj que escreve um artigo de opinião defendendo que os palestinianos não aprenderam nada com os seus próprios erros, nem com as vitórias e derrotas de outros povos (como África do Sul e Argélia por um lado e Somália por outro). Apresenta também a visão de uma nova geração de historiadores do conflito. Por exemplo é Gershom Gorenberg, um desses historiadores, que refere que os Trabalhistas enganaram os governo americano com respeito aos colonatos, para levar a cabo a política do facto consumado.
No final a opinião consensual é, tragicamente, que nada de substanical mudou nos últimos quarenta anos. A Guerra dos Seis Dias criou um problema que persiste, sem melhorias e sem solução à vista. Para resumo vale a pena ler o editorial (na coluna da direita) de Philippe Thureau-Dangin, e este outro no The Economist a que o primeiro faz referência.
2 comments:
Mas convém não esquecer que a guerra dos seis dias evitou um problema ainda maior...
Por isso é que eu escrevi que a necessidade de Israel fazer aquela Guerra naquele momento não está em causa. O problema foi depois saber o que fazer com a vitória, e aí Israel errou, continua a errar há 40 anos.
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