Acho muito curiosos estes neo-liberais de má consciência que precisam da religião para colmatar todos os buracos que a sua ideologia deixa abertos.
Dá a impressão de que o processo mental é mais ou menos este: "Posso defender uma religião que torna as pessoas mais pobres porque tenho outra que me promete a salvação se lhes der uma esmola."
Agora que me recompus, vai um comentário mais sério:
O mais deplorável (não me ocorre outra palavra, não chega sequer a ser perigoso) neste crónica do César das Neves é que no seu fundamentalismo vê qualquer discordância como uma agressão mortal. Não só não compreende que se possa não concordar com a sua visão, não partilhar das suas crenças, como acha que quem o expressar é culpado do mais vil dos ataques. E a partir daqui parte para um discurso de vitimização. Sem nunca o explicitar, tenta a comparação com o anti-semitismo. O uso do termo anticristianismo não é inocente. Como se a laicidade, a liberdade de religião e de expressão fossem equivalentes ao Genocídio ou ao Holocausto.
É verdade. E a comparação com o Holocausto é muito infeliz, além de ridícula. Mas isso é o que vale. Se ele não fosse ridículo, poderia ser perigoso. As vozes activas dentro da Igreja católica andam muito empobrecidas, exceptuando a do Frei Bento Domingues.
5 comments:
Acho muito curiosos estes neo-liberais de má consciência que precisam da religião para colmatar todos os buracos que a sua ideologia deixa abertos.
Dá a impressão de que o processo mental é mais ou menos este:
"Posso defender uma religião que torna as pessoas mais pobres porque tenho outra que me promete a salvação se lhes der uma esmola."
Ó Zèd, parabéns! conseguiste fazer um post com a parte menos mal da crónica.
Foi difícil, muito difícil mesmo. Tive que ler a crónica toda (e ainda me estou a recompôr).
Agora que me recompus, vai um comentário mais sério:
O mais deplorável (não me ocorre outra palavra, não chega sequer a ser perigoso) neste crónica do César das Neves é que no seu fundamentalismo vê qualquer discordância como uma agressão mortal. Não só não compreende que se possa não concordar com a sua visão, não partilhar das suas crenças, como acha que quem o expressar é culpado do mais vil dos ataques. E a partir daqui parte para um discurso de vitimização. Sem nunca o explicitar, tenta a comparação com o anti-semitismo. O uso do termo anticristianismo não é inocente. Como se a laicidade, a liberdade de religião e de expressão fossem equivalentes ao Genocídio ou ao Holocausto.
É verdade. E a comparação com o Holocausto é muito infeliz, além de ridícula. Mas isso é o que vale. Se ele não fosse ridículo, poderia ser perigoso. As vozes activas dentro da Igreja católica andam muito empobrecidas, exceptuando a do Frei Bento Domingues.
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