O país já discutiu muito o "caso DREN". O que vem nos jornais é, nestes episódios, central para a leitura pública que deles é produzida, e quem sabe como isto funciona, sabe que as histórias são muitas vezes, como se costuma dizer, "mal contadas". Não interessa para o caso. Independentemente do que possamos dele pensar, há todavia algumas coisas que julgamos difíceis de encontrar escritas, ou limites que pensamos quase impossíveis de serem ultrapassados. Hoje, sexta-feira, no "Público", José Manuel Fernandes (JMF) escreveu coisas que não podemos deixar de considerar de uma extraordinária boçalidade.
JMF tem, claro, direito a tudo: a pedir a demissão de tudo e todos, a atribuir isto e aquilo ao Ministério da Educação (ou qualquer outro Ministério), como faria qualquer transeunte que percebesse tanto de política como eu de bijouteria (ou seja, nada, sem desprimor para com o respectivo métier); afinal, com a "qualidade" das análises a que nos habitou nos últimos anos, já mesmo nada é de espantar. Mas confesso que estranhei como fora possível, no editorial do "Público" - escrito a propósito da entrevista dada na quinta-feira por Margarida Moreira ao "Diário de Notícias" -, JMF utilizar expressões como "a rotunda senhora" ou "a megalomania da senhora é proporcional ao seu volume".
Quando se chega ao ponto de evocar características fisionómicas de uma pessoa para a criticar, abandonámos o jornalismo de qualidade mínima e entrámos no populismo mais boçal.
sábado, 16 de junho de 2007
Dizem que é uma espécie de jornalismo
Posted by Hugo Mendes at 02:15
Labels: DREN, José Manuel Fernandes, Margarida Moreira, Público
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4 comments:
Vamos ser honestos... o que te irritou mesmo foi a parte dos boys and grirls do ministério, não foi?
Caro anónimo vamos ser honestos e ter a decência de assinar os comentários.
Completamente de acordo, sobretudo quando a característica fisionómica é o volume :-)
JMF não devia ter ido por aí, mas em tudo o mais é certeiro, muito em particular na alusão ao percurso desses boys e girls, que somente aspiram à condição de diligentes bufos ou de pequenos tiranetes, e que tanto têm abastardado a dignidade das instituições públicas; e cujos efeitos mais perniciosos se fazem sentir no ME.
P.S. E o maior dos nossos tiranetes é José Sócrates, embora tal não baste para chegar a autocrata (não é para todos); neste de ponto discordo de JMF.
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