A 5 de Outubro de 1910 teve lugar um movimento revolucionário para derrubar a Monarquia e, em sua substituição, estabelecer a República. Esse movimento foi, desde o momento da sua eclosão, nitidamente popular.
"A população republicana de Lisboa auxiliava voluntariamente a revolução. Além dos automóveis, carros de praça e dos ciclistas, andavam peões expondo-se à prisão e ao fogo para bem informar os revolucionários. Os vendedores de jornais, gaiatos, cumpriram nessas horas o papel histórico que lhes cabe em todas as revoluções. Não havia a barricada, contentavam a sua índole heróica fazendo o serviço de estafetas. De sorte que, se um comandante fiel ao regime fazia uma pergunta na rua, respondia-lhe ou a zombaria ou o logro" (Joaquim Leitão, citado em "Outubro de 1910, 5 de", Dicionário de História de Portugal, dir. Joel Serrão, vol. IV, Porto, Figueirnhas, 1985, p. 500).
"A população republicana de Lisboa auxiliava voluntariamente a revolução. Além dos automóveis, carros de praça e dos ciclistas, andavam peões expondo-se à prisão e ao fogo para bem informar os revolucionários. Os vendedores de jornais, gaiatos, cumpriram nessas horas o papel histórico que lhes cabe em todas as revoluções. Não havia a barricada, contentavam a sua índole heróica fazendo o serviço de estafetas. De sorte que, se um comandante fiel ao regime fazia uma pergunta na rua, respondia-lhe ou a zombaria ou o logro" (Joaquim Leitão, citado em "Outubro de 1910, 5 de", Dicionário de História de Portugal, dir. Joel Serrão, vol. IV, Porto, Figueirnhas, 1985, p. 500).
Lisboa já era republicana desde Novembro de 1908, quando o Partido Republicano venceu as eleições municipais na cidade. Mas a ampla e livre adesão de gente de diversas origens sociais ao movimento revolucionário mostra que não era apenas a elite da capital (com direito a voto durante a monarquia constitucional) que desejava a mudança de regime.
Hoje, assinalamos o 5 de Outubro de 1910, não apenas para comemorar o fim de um regime político injusto e anti-democrático, mas sobretudo para celebrar os valores republicanos. Desde logo, a triologia da revolução francesa, "Liberdade, Igualdade, Fraternidade". Depois, o sufrágio universal, a cidadania democrática, a participação cívica a título individual e colectivo, a igualdade perante a lei, a laicidade do Estado, a educação para todos, a defesa dos direitos sociais, a inclusão social, o combate à discriminação.
O futuro da República passa pela prática quotidiana destes valores e pela sua transmissão aos mais novos.
Imagens: Joshua Benoliel, 5-10-1910, Arquivo Municipal de Lisboa - Arquivo Fotográfico.
1 comments:
Excelente. Gostei particularmente do peão a bold, mais uma razão de ser para o nome deste blogue.
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