Esta estória é veridíca, os nomes foram alterados para proteger a identidade dos implicados (na realidade é para me proteger a mim da identidade dos implicados). A Albertina (nome fictício, não sei se já tinha dito...) é uma amiga aqui em França, tem duas crianças, a mais velha, Gertrudes, mal tinha os cinco anos feitos à data dos factos. As coisas entre Albertina e Anacleto, o marido, não iam muito bem, não iam nada bem, e vai dai ela cai de amores por Norberto, pai de um colega de infantário de Gertrudes. Conheceram-se, Albertina e Norberto, à porta do infantário, nas horas de espera ao fim da tarde, no momento de ir buscar as suas crianças depois da escola. Das esperas passou-se às idas ao parque infantil a caminho de casa, para dois dedos de conversa, enquanto as crianças se divertiam nos escorregas. Tornaram-se amantes, Albertina e Norberto. Tudo, claro, na maior das discrições, para que ninguém se aperceba. Certo dia realizou-se no infantário o dia do livro. Cada criança tinha o direito de escolher um livro e de levá-lo para casa. Nesse dia calhou ao pai Anacleto a vez de ir buscar a filha Gertrudes à escola. Gertrudes sai a correr com o livro na mão, e, para grande desilução do seu pai, corre alegremente para Norberto mostrando-lhe orgulhosamente a sua escolha literária. O título da obra foi "J'aime mon Papa" ("Amo o meu Papá"). O que me parece estranho nesta estória, não consigo perceber, é porque razão Gertrudes, escolhendo um livro com um nome destes não foi a correr mostrá-lo ao seu pai, mas sim ao amante da mãe. Será que ela percebeu alguma coisa do que se passava? Será que estava a enviar a Norberto uma mensagem subliminar? A bem dizer, não sei, não percebo nada de crianças...
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Será que as crianças percebem?
Posted by Zèd at 08:16
Labels: Crianças, Infidelidades, neo-realismos, Psicologia Infantil
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5 comments:
Que história tão engraçada. Óptimo enredo para um filme francês, pois claro, de título "J'aime mon Papa".
:-) Nem me tinha ocorrido a ideia. Dava, de facto, um bom fime.
Ou uma mensagem sbliminar ao Anacleto, Zèd.
Bom, também há sempre a hipótese da Gertudes estar a precisar de óculos na altura e, tão simplesmente, ter confundido os senhores. Levaram a menina ao oftalmologista? :-)
Lá está outra coisa que não me tinha ocorrido, se calhar a criança precisa de um oftalmologista. Como digo, não percebo nada de crianças. E eu para aqui com interpretações rebuscadas...
As crianças percebem sem perceber. Muitas vezes são as primeiras a indicar que algo se passa na família, por exemplo, quando há uma separação em eminência, a qual os progenitores ainda sequer racionalizaram e nomearam.
Tudo isto dão-nos a conhecer através da forma como brincam e constroem fantasias.
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