"eu bem me esforço, mas as minhas mágoas sabem nadar."
Por João Gaspar, no Last Breath
terça-feira, 31 de julho de 2007
A blogofrase da semana
Posted by Zèd at 23:27 1 comments
Labels: blogofrase da semana, blogues
A derradeira aventura de Antonioni
Posted by Daniel Melo at 22:16 0 comments
segunda-feira, 30 de julho de 2007
Os últimos morangos silvestres de Ingmar Bergman
Num dos seus filmes mais conhecidos, Morangos Silvestres (1957), vemos um professor reformado atormentado pelas suas memórias e pelas ameaças da morte e da decrepitude. O filme inicia-se com um pesadelo desse professor, recriado com se fosse uma sequência surrealista. É das sequências mais belas de Bergman, num dos seus melhores filmes (essa sequência pode ser vista aqui; outras partes deste filme vêm aqui e aqui). Talvez haja mais sequências no YouTube, mas atenção na pesquisa: não confundir com Morangos com açúcar, ok?
Posted by Daniel Melo at 23:01 0 comments
Labels: cinema europeu, Ingmar Bergman (1918-2007)
De vitória em vitória...
Pode ler-se no resumo do relatório:
• four million people who are ‘food-insecure and in dire need of different types of humanitarian assistance’
• more than two million displaced people inside Iraq
• over two million Iraqis in neighbouring countries, mainly Syria and Jordan, making this the fastest-growing refugee crisis in the world.
Posted by Zèd at 17:43 4 comments
Old-time surrealism - GRAFFITI
LET US LIVE
THE ETHER IS FOR SALE FOR NOTHING
LONG LIVE THE EPHEMERAL
FREE THE PASSIONS
NEVER WORK
Posted by vallera at 04:31 1 comments
Labels: graffiti, greil marcus, lipstick traces, pre-surrealismo, punk, surrealismo
domingo, 29 de julho de 2007
Para refrescar na canícula, um bom vinho branco Arinto
Uma novidade recente é a feitura de vinhos espumantes com esta casta, uma boa experiência, recomenda-se vivamente a sua prova.
Posted by Daniel Melo at 23:29 3 comments
Labels: casta Arinto, crítica de vinhos, região Alentejo, região Bucelas, vinhos ao domingo
sexta-feira, 27 de julho de 2007
O pungente drama da perseguição à bola-de-berlim na costa lusitana
Posted by Daniel Melo at 09:31 5 comments
Labels: bibliografias selectas, bola-de-berlim com creme, humor
quinta-feira, 26 de julho de 2007
Socas anti-socrático, ou o Homem-quadrado interactivo
Posted by Daniel Melo at 09:26 0 comments
Labels: cartoonista GoRRo, choque tecnológico, escola pública, humor, interactividade
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Por culpa de Fidel
No meio do deserto fílmico que é o Verão, há, pelo menos, um filme bastante interessante: Por culpa de Fidel de Julie Gavras. O título foi herdado de uma canção entoada por Gavroche durante as barricadas de Os miseráveis, a capacidade de filmar terá sido herdada do pai Costa-Gavras e a vivência política herdada da sua própria infância. E é exactamente neste equilíbrio «hereditário» que a realizadora nos mostra de um modo bastante sensível o choque de uma criança que vê o seu mundo burguês, (colégio de freiras, avós com vinhedos, casa com jardim), ser abalado com a adesão dos pais ao comunismo. A história passa-se nos anos 70, e a cruzada paterna centra-se no apoio a Allende no Chile e na luta contra o franquismo.
Posted by Sofia Rodrigues at 23:56 0 comments
Labels: cinema, cinema europeu, Costa Gavras, Julie Gavras, O enigma da caixa de música, Por culpa de Fidel
terça-feira, 24 de julho de 2007
O cartoon da semana, por Sergio Langer
Posted by Daniel Melo at 22:56 0 comments
Labels: cartoonista Sergio Langer, futebol, humor
Os meus votos de época nova
O objectivo também não é jogar mais bonito do que o adversário (e vale a pena demorar-me um pouco mais neste aspecto). Se fosse então devia abolir-se as balizas, e criar um júri como na Ginástica Ritmica Desportiva que atribui pontos às equipas no fim do jogo. Aliás essa patranha do "futebol-espectáculo" é apenas uma bela desculpa para transformar cepos em fenómenos mediáticos (e.g. Beckam) e vender o futebol - ex-desporto do povo - às grandes multinacionais (e.g. Nike, Adidas, Coca-Cola, FIFA, etc...). O futebol é um espéctaculo por um simples processo de tentativa e erro. Há milhares de desportos diferentes, praticados de todas as maneiras e feitios. Sucede que um desporto jogado onze contra onze com uma bola de pouco mais de um quilo num terreno relvado de aproximadamente um hectar em que o objectivo é introduzir a bola na baliza do adversário não podendo tocar a bola com os membros superiores é intrinsecamente mais espectacular, mais belo, do que por exemplo um desporto praticado sobre o gelo em que um jogador desliza na pista enquanto lança um calhau polido vagarosamente e dois empregados da limpeza esfregam freneticamente o piso. E dá-se ainda a feliz circunstância de muito frequentemente as equipas que jogam bonito ou espectacular são as equipas que merecem ganhar (e que ganham efectivamente, o que como já expliquei é o mesmo). Isto não impõe às equipas qualquer dever moral ou ético de submeter à componente estética a alma competitiva inerente a qualquer desporto. O jogar bonito não é uma obrigação é apenas um sub-produto de uma circunstância feliz que torna o futebol um desporto superior aos demais.
Por exemplo, veja-se o Liverpool que perdeu a final da Liga dos Campeões este ano. O Liverpool não estava na final para ganhar, estava lá para sair de cabeça erguida. Estava lá para correr, para se esgadanhar, para lutar até à última gota de sangue, e no fim poder dizer que estiveram quase. Não por acaso só marcaram um golo quando o jogo esta já perdido, mas sempre lhes permitiu continuar a lutar até ao fim. Perderam e mereceram perder. Aliás a re-edição da final de 2005 foi uma invitabilidade cósmica, para repôr a verdade desportiva. O Liverpool mereceu ganhar em 2005, mas por engano, marcaram o terceiro golo porque se tinham esquecido que já tinham marcado dois antes. Este ano repôs-se apenas a ordem natural das coisas e ganhou a única equipa que entrou em campo para ganhar, o Milan AC.
Outro exemplo, a equipa do Brazil de 1982, supostamente a melhor equipa que nunca ganhou o campeonato do mundo. Na realidade é, não melhor, mas sim a que jogou mais bonito sem conseguir ganhar o campeonato do mundo (título já de si duvidoso), e não merecia ganhar. A sua derrota não foi um cumprimento de desígnio superior que apenas demonstra a supremacia olímpica da estética sobre sobre a mundana vitória, como se uma e outra fossem incompativeis (veja-se o Brasil de 1970). A derrota de 82 foi apenas a punição merecida a quem narcisisticamente se deslumbrou com a sua própria beleza e pensou que a beleza em si, e não a vitória, era o objectivo último.
Posted by Zèd at 13:38 3 comments
Labels: futebol
segunda-feira, 23 de julho de 2007
Público & notório
Posted by Daniel Melo at 21:40 0 comments
Labels: direita, esquerda, Política, socratismo
domingo, 22 de julho de 2007
Revisitações retemperadoras
Posted by Daniel Melo at 23:14 9 comments
Labels: petiscos ao domingo, praia
A grelha de classificação (ou como a ideologia me fez descobrir novos vinhos)
Por defeito de formação, se não mesmo congénito, gosto de sistematizar as coisas de uma forma lógica (o que é uma grande mentira, mas é conveninte para o propósito deste post). Este meu primeiro post dos vinhos ao domingo vai ser sobre a minha sistematização dos vinhos fanceses, e não tanto sobre um vinho em particular. Descobri que os vinhos franceses podem ser classificados com a ajuda de um referencial cartesiano, lá está Descartes era francês e provavelmente inspirou-se no vinho. Nesse referencial temos Bordeaux nas abcissas e Bourgogne nas ordenadas.
O Bordeaux é tipicamente mais encorpado, de cor mais escura e mais alcoólico (por isso fica no eixo horizontal, não é por acaso). As principais castas de Bordeaux são o Cabernet Savignon, o Cabernet Franc e o Merlot. O Bourgogne é mais rico em aromas (porventura subtis), de cor mais clara e menos alcoólico. As principais castas são o Pinot Noir (a mais importante e tradicional) e o Pinot Gris (e para quem interessarem os brancos, o Chardonnay). Os outros vinhos franceses situam-se, neste referencial, algures entre estes dois extremos. Os mais aromáticos e delicados são a atirar para o Bourgogne e os mais robustos e fortes são a dar para o Bordeaux. Convém ter sempre presente a noção de que tudo é relativo, quando digo encorpado estou medir na escala francesa, porque se fosse encorpado como o mais pujante dos Borbas, lá ia a grelha de classificação para o hiper-espaço. Devo admitir que sendo eu um gajo de esquerda minha inclinação natural é para os vinhos mais encorpados (essa estória dos aromas subtis parece-me até uma treta um bocado burguesa), gosto dos vinhos de degustação longa a acompanhar repastos demorados como nos falava o Renato domingo passado. Logo o meu preconceito vai mais para o lado dos Bordeaux, e já bebi uns quantos de muio boa qualidade.
Nisto vi um documentário, o Mondovino (sobre o qual o peão Daniel Melo escreveu nos tempos do Fuga para a Vitória). O documentário Mondovino mostra impecavelmente como um grupo empresarial forte, no caso a americana Mondavi, consegue com o seu poderio económico, e através de ramificações com a imprensa especializada e influência de críticos do vinho, impôr no mercado internacional um padrão do "bom gosto". O tal padrão de "bom gosto" é o vinho de cor escura, encorpado e com elevado teor alcoólico. Um dos parceiros da Mondavi, François Roland, é um consultor em vinhos que vende uma tecnologia, a micro-oxigenação, basicamente faz com a fermentação seja completa, o que leva a que o vinho seja escuro, encorpado e alcoolizado. Quem passa a trabalhar com Michel Roland vê logo as vendas subirem. Quem mais benificia são os vinhos californianos e o Bordeaux (e sobretudo a Mondavi). Quem perde é o consumidor que procura a diversidade de vinhas e casta, e quem se dedica a produzir outros vinhos fora do "padrão".
No documentário Bourgogne aparece como os antipodas do Bordeaux também na virtude e na pureza do cultivo da vinha. Em defesa do Bourgogne há um vitivinicultor da região que diz que os vinhos de hoje, referindo-se tal "padrão de bom gosto" são vinhos transversais, enquanto os Bourgogne, e outros vinhos tradicionais são longitudinais. Quer ele com isto dizer que nos vinhos transversais o sabor está todo lá desde o primeiro gole, é como chocar contra uma parede, vem tudo de uma vez e dali não sai mais nada. Nos vinhos longitudinais, pelo contrário, os sabores vão-se desenvolvendo ao longo do tempo, com a degustação há aromas que vão aparecendo progressivamente. Nisto tenho que dar razão ao apreciador dos vinhos longitudinais, afinal essa é uma, senão a, caracteristica do vinho que o torna único como bebida e que cativa os apreciadores. O meu esquerdismo levou-me assim a descobrir o Bourgogne e a abandonar o Bordeaux.
Não quero no entanto acabar este post sem deixar um par de sugestões de garrafas. O melhor Bourgogone que já bebi, graças aos bons ofícios de um amigo, foi um Fixin 2001 Domaine de la Croix de Bois (não é bem o que está na foto mas quase), dificil de encontrar em super-mercados. Como convém foi consumido a acompanhar um Boeuf Bourgignon - estufado de vaca ele próprio cozinhado num Bourgogne. Do que se encontra em super-mercados o Domaine du Pavillon 2001, Pinot Noir, não é nada mau e fica por 7,50 euros.
Mas ainda assim, o Bourgogne não é o vinho que me enche completamente as medidas, apesar de tudo continua ser demasiado franzino para o meu gosto. E provavelmente é a região que mais sucesso de vendas tem, a seguir a Bordeaux, outros há que sofrem mais do que Bourgogne com a globalização no mercado do vinho. Estas constatações obrigaram-me a procurar outros vinhos noutras paragens, mas isso fica para uma próxima oportunidade, um outro domingo aqui no Peão.
Posted by Zèd at 00:25 4 comments
Labels: Bordeaux, Bourgogne, crítica de vinhos, vinhos ao domingo
sábado, 21 de julho de 2007
filme de terror
Posted by vallera at 14:39 2 comments
Labels: A Bola, Benfica, Fernando Santos
sexta-feira, 20 de julho de 2007
A imprensa e o governo Lula
A ascensão do Partido dos Trabalhadores à Presidência da República do Brasil, produziu alterações significativas na forma com que a imprensa brasileira trata as questões relativas ao Palácio do Planalto. Nunca houvera antes, tanta voracidade da comunicação social em tentar de todas as formas, condenar antecipadamente um governo e as pessoas a ele ligadas. Não é exagerado dizer que, a imprensa direitista e subserviente aos magnatas da Avenida Paulista, inverteu um princípio do direito. Aquele que diz assegura que todo cidadão é inocente até que se prove o contrário. Pois bem, com o governo Lula, acontece exactamente o inverso. Pelo menos para as inteligências da Folha, do estadão, d'O Globo (e da Globo), e da famigerada Veja. Ou seja, quando se trata do governo Lula, do PT, ou de qualquer dos seus aliados, para estes órgãos de imprensa, são sempre culpados, até provar o conttrário. Infelizmente, a condenaçaõ sumária e antecipada do governo foi levada a cabo mais uma vez, na recente tragédia que pode ser caracterizada como o maior desastre da aviação civil brasileira. O acidente com o Airbus 320 da TAM, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Antes mesmo de ser iniciada qualquer investigação, os principais meios de comunicação do país já apontavam como responsável pela tragédis, o Palácio do Planalto. É verdade, que o sistema aeoportuário do país vive problemas estruturais bastante sérios. Mas, o que de mais grave tem acontecido como cosequência do "apagão aéreo" (a imprensa verde-amarela é pródiga em inventar termos assim), são longas esperas nos aeroportos.
A própria companhia aérea informou que a aeronave estava com um problema mecânico desde do dia 13 de julho. O reversor direito não estava a funcionar, e portanto podia dificultaria a aterragem. O que a companhia não explicou foi o motivo de colocar em operação uma aeronave com um defeito que poderia comprometer a segurança dos passageiros. Após a divulgação deste facto, o Estadão, sabiamente afirmou que "a falta do reversor podia não causar problema em uma pista mais longa". Logo, insinua que mesmo que os aviões possam voar sem todos os equipamentos de segurança, a culpa sempre será do governo (no caso desse governo ser o do Lula, obviamente). O mesmo aconteceu no ano passado, quando, faltando um mês para a eleição presidencial, um jato de fabricação da Embraer, numa irresponsável brincadeira de seus pilotos norte-americanos, abateu um avião da Gol, ceifando a vida de mais de uma centena de pessoas.
Infelizmente o país está de luto pelas mais de 200 vítimas do acidente. Mas, o facto que mais tem chamado a atenção da imprensa não é somente a dimensão do acidente. O que mais tem preocupado os meios de comunicação é encontrar a forma mais rápida de atribuir a culpa ao Planalto.
Há 188 dias, um túnel mal escavado em uma obra do metro de São Paulo desabou, abrindo uma cratera e matando sete pessoas. A obra era de responsabilidade do governo paulista, do tucano José Serra. A cobertura de Veja foi a que já se esperava. O subtítulo da reportagem era: "Antes de procurar culpados, o mais importante é observar as condições de segurança das obras públicas". O governo era do PSDB e procurar culpados era supostamente atribuir a culpa aos candidatos apoiados pela revista.
Lamentavelmente, tem sido esse o comportamento da imprensa brasileira. Qando se trata do governo federal, não é necessário julgamento, a condenação é já antecipada. Quando se trata de govenos ligados às elites económicas, nada de procurar culpados.
Posted by Anónimo at 17:27 1 comments
quinta-feira, 19 de julho de 2007
Começa assim...
Diga-se contudo que estas medidas não serão neste momento particularmente impopulares. O uso imprudente, para não dizer irresponsável, do direito à greve por parte dos sindicatos nos últimos anos (talvez nos últimos 40 anos, ou coisa do género), e em particular em sectores como os transportes que causam incómodo à população, criou um clima propício à aceitação deste tipo de medidas (o que foi aliás utilizado durante a campanha eleitoral). Esperemos que os sindicatos retirem daí as suas ilacções. Duvido. Sarkozy agradece.
Posted by Zèd at 08:33 3 comments
Labels: França, François Fillon, greve, Política, Sarkozy, sindicalismo
quarta-feira, 18 de julho de 2007
Pelo empréstimo público gratuito nas bibliotecas portuguesas
Posted by Cláudia Castelo at 23:01 1 comments
Labels: bibliotecas, leitura, livre acesso ao saber, União Europeia
Emprego científico
Essa proposta regula-se pelos seguintes princípios:
"-garantir que todo o pessoal de investigação científica veja reconhecido o trabalho que desenvolve e dignificada a sua condição, beneficiando de um conjunto de direitos sociais básicos;
-acolher na legislação nacional as recomendações constantes da Carta Europeia do Investigador;
-travar e inflectir a tendência para uma diminuição da atractividade das carreiras científicas;
-garantir uma maior responsabilização das chamadas instituições de acolhimento;
-permitir uma adequada articulação com o conjunto do edifício legislativo que enquadra e regula a actividade da generalidade dos trabalhadores científicos;
-prever uma adaptação às modificações introduzidas no sistema científico e tecnológico nacional pela implementação do Tratado de Bolonha".
Posted by Daniel Melo at 00:18 5 comments
Labels: ensino superior, terceiro sector
terça-feira, 17 de julho de 2007
Frágil 25
O bar Frágil celebra este ano as suas 25 velas, já fez a festa e hoje é dia de lançamento ao vivo do Projecto Lisboa, um álbum em que participam algumas dos fautores da música moderna portuguesa e que lança a editoria Lisboa.
Lembrei-me do Frágil ao ler um texto no P2 e por causa do portuense Maus Hábitos, um bar/ centro cultural em grande estilo, que é já um dos ex-libris da noite lusa e onde há pouco tempo pude ver o verdadeiro artista Lello Minsk com o seu Quarteto 4444 em grande!
Posted by Daniel Melo at 23:29 0 comments
Labels: boémia
Universidades no estado gasoso
Posted by Daniel Melo at 21:32 0 comments
Labels: cartoonista GoRRo, ensino superior, humor
Conversas de cocó
A partir do momento em que somos pais uma matéria passa a fazer parte das nossas vidas: o cocó da criança. Desde os primeiros meses assistimos à evolução das diversas formas desta substância. O tom quase incolor dos tempos de bebé cede lugar a uma substância poderosa em todos os sentidos: visuais, olfactivos e também ao nível do tacto (algumas vezes lá desliza a nossa mão na fralda e “trás” enterramos os dedos na matéria). Quando o cocó é consistente de formato cilíndrico ficamos aliviados: o rabinho pouco se suja e a fralda enrola-se logo e atira-se directamente para o lixo. Mas quando a substância é pastosa ou quase liquida, não temos outro remédio senão reter a respiração nasal e mãos à obra.O cocó passa a ser assunto habitual de conversa entre os pais nos locais mais inapropriados. Como nos restaurantes depois de uma mudança de fralda atribulada naquelas pequenas casas de banho dos fundos, que mal espaço têm para uma só pessoa:
- Então viste o cocó?
- O que é que achas!
- Continua com aquele tom verde?
- Não, já está mais acastanhado e menos líquido.
- E o cheiro?
- Ainda é um pouco azedo.
- Que chatice, temos de continuar a dar-lhe arroz.
Posted by Renato Carmo at 13:46 3 comments
Labels: cocó, fraldas, paternidade
Persépolis
A animação é excelente, os ambientes que o preto e branco sem cinzentos criam funciona belissimamente. Mas o melhor para mim foi a sensibilidade com que o filme é feito, que se revela sobretudo na evolução da perspectiva do narrador ao longo do filme. O narrador é a própria Marjane, que começa como criança, e conta a estória como uma criança, e ao longo do filme vai evoluindo para adolescente inconsciente com crises de rebeldia, estudante emigrada, jovem idealista e mulher adulta. A narrativa acompanha na perfeição essa narrativa. A relação de Marjane com a avó, que atravessa todo o filme, é tocante.
Adenda: Esqueci-me de referir que na versão francesa as vozes de Marjane e da avó são emprestadas por Chiara Mastroiani e Catherine Deneuve respectivamente. Vão muito bem.
Posted by Zèd at 09:38 1 comments
Labels: cinema, Irão, Marjane Satrapi, Persépolis
RELER AL BERTO
Associamo-nos à homenagem, com um poema do Horto de Incêndio.
(1)
no seu coração profundo de alicerces
de argilas e de sísmicos arroios – cresce uma voz
que sobe e fende a brandura das casas
da escrita dos inumeráveis povos quase
nada resta – deitas-te exausto na lâmina da lua
sem saberes que o tejo te corrói e te suprime
de todas as idades da europa
mais além – para os lados do corpo – permanece
a tosse dos cacilheiros os olhos revirados
dos mendigos – o tecto onde um navio
nos separa de um vácuo alimentado a soro
plátanos brancos recortam-se luminescentes no olhar
de quem olha contra um céu desesperado – jardim
de íris açucenas palmeiras cobertas de rocio e
a ponte que nos leva aos campos do sul – Lisboa
lugar derradeiro do riso
que já não te pode salvar do cemitério dos prazeres
e morres
carregado de tristezas e de mistérios – morres
algures
sentado numa praceta de bairro – o olhar fixo
no inferno marítimo das aves
Al Berto, Horto de Incêndio, Lisboa, Assírio & Alvim, 1997, p. 41-42.
Posted by Cláudia Castelo at 08:05 0 comments
segunda-feira, 16 de julho de 2007
A ponte submersa
Posted by Cláudia Castelo at 20:20 0 comments
Labels: A ponte submersa, literatura portuguesa, Manuel da Silva Ramos
Adeus tristeza, até depois…
Posted by Cláudia Castelo at 19:21 4 comments
Sem mais
É uma pena ver as piores expectativas confirmadas, mas nem posso dizer que me espanto (neste blog até já se defendeu a censura). Depois da participação na tentativa de queimar Sócrates com a UnI, depois da descarada desculpabilização do comportamento no 25 de Abril das brigadas juvenis do BE, e sintomaticamente depois de o Hugo sair e de Daniel Oliveira elogiar o Peão, a «análise» ao resultado da eleição de ontem nem espanta. Pena ter sido Daniel Melo, que me convidou para aqui escrever (e vejo hoje como as minhas resistências se justificavam), sempre podia ter sido Renato Carmo, tão rápido ele foi a anunciar mais uma derrota de Sócrates através de uma foto de Helena Roseta (tudo sem partidarizar, claro).
A vitória de António Costa, ontem, não foi apenas completa (o PS ganhou em todas as freguesias, o que deve dar algo para pensar quer à oposição quer à AM). Foi também uma derrota completa para todos os outros. Perderam para o único candidato que queria (e tinha legitimidade para tanto) colocar as contas em ordem, tal como o governo tem feito no país. Perderam depois das sucessivas insinuações e boatos torpes à Direita e à Esquerda (neste particular, a questão em torno de Júdice parece grave e foi mal conduzida). Perderam em percentagem de votos mesmo quando mantiveram o mesmo número de vereadores. Sim, o PS, na altura mais complicada da sua governação nacional, foi o único partido a crescer, em percentagem e em vereadores, sozinho, com uma abstenção gigante e uma cisão - a grande democrata Roseta, que depois de fazer campanha contra o partido pelo qual qual quis ser nomeada pelo chefe, já anuncia estar à disposição.
Estão, aliás, todos à disposição. Jerónimo, com a CDU a ser a quinta mais votada, anuncia a grande derrota do PS e a CDU como a terceira força política da capital, mas Ruben lá negociará pontualmente. Tal como Roseta, claro, e os «socialistas de esquerda» do Bloco (mais uma pérola do Chico). A desvergonha que todos exibem nada deve à do vereador Carmona. Mas António Costa tem ideias próprias, uma equipa escolhida por ele (há quanto tempo o PS Lisboa e o seu tenebroso aparelho desapareceram das notícias?) e a experiência necessária para aturar a retórica dos «vencedores» de ontem. Sócrates, por seu turno, nem se deu a trabalho de falar, ficou a assistir…
Eu, que assisti a esta campanha à distância e nada tenho a mudar ao que escrevi no Esplanar há já bastante tempo, já não tenho disposição para aturar esta sistemática, completa, despudorada, irresponsável falta de honestidade intelectual – e moral. Adeus.
Posted by CLeone at 13:42 9 comments
Labels: blogs, eleições intercalares na CML, esplanar, política nacional
Lisboa ficou a ganhar
Costa subiu a votação de Carrilho, mas não muito, c.3%, obtendo apenas mais um vereador. Para quem foi levado ao colo como edil pré-ungido, dá que pensar, não é? No seu discurso inicial, Costa começou a elencar o que iria fazer. Na tal lista omitiu-se o que causa maior gula a certos interesses: os controversos projectos urbanísticos atrás do biombo... Todavia, a cidade tem agora melhor capacidade de fiscalização, valha-nos isso. Costa deu ainda a entender que iria governar sem coligações pós-eleitorais. É melhor assim. Esperemos só que não se alie a Carmona (ou a Negrão) para fazer passar certas medidas… É que também consegue ter maioria à esquerda, com Roseta, Ruben e/ou Sá Fernandes. A ver vamos.
Para os liberais portugueses que tanto gostam de se mostrar apologistas do checks and balances, não se percebe a sua repulsa face à actuação de Sá Fernandes nestes 2 últimos anos e, prevê-se, de Roseta. É que isso é o coração da democracia no modelo anglo-saxónico. Enfim, idiossincrasias.
Roseta consegue ficar em 4.º lugar (com uns bons 10%) e obter 2 vereadores, logo atrás dos PSD’s, o mendista e o populista, o que é um feito. Fez o melhor discurso de hoje: abertura, responsabilidade e esperança.
Ruben e o PCP seguraram os 2 vereadores, mas descem. Julgo que, em parte, por culpa própria: quem era o 3.º candidato a vereador do PCP, alguém se lembra? Pois é.
O que é extensivo ao Bloco de Esquerda, aqui ainda mais flagrante. É que o BE só tinha um vereador, devia ter apresentado com mais força o 2.º. Fica a perder o BE, a esquerda e Lisboa, pois um 2.º vereador do BE (Pedro Soares, salvo erro) teria todas as condições para diversificar e aprofundar uma intervenção que teve de se ater em demasia, por força das circunstâncias, à questão da fiscalização nestes 2 anos, prejudicando um maior trabalho de contacto junto das comunidades e associações e de divulgação e debate das propostas concretas incluídas no seu extenso e alternativo programa político.
Resta Marques Mendes, que marcou uns pontos: falou bem, com correcção e acerto, ao convocar um encontro extraordinário para clarificar se o seu partido lhe mantém a confiança política.
Para o fim, o melhor pedaço: vejam o post em baixo…
Posted by Daniel Melo at 00:16 6 comments
Labels: eleições intercalares na CML, Política
domingo, 15 de julho de 2007
Obrigado, lisboetas do Alandroal e Cabeceiras de Basto…
[resumindo, e no tom m-a-r-t-e-l-a-d-o que pretensamente dá postura estatista] «Esta é uma grande vitória do Partido Socialista» (aludindo a um score de 29,5%, ou seja, o seu ex-braço direito teve apenas mais 3% do que o ostracizado Carrilho), «agradeço ao povo presente de Lisboa o vosso apoio entusiástico», etc. e tal. Péra aí. Parem a projecção. Quem era o vibrante povo lisboeta presente? Bom, meia dúzia de gatos pingados, onde talvez figurasse o porteiro do Largo do Rato… Já expilico melhor.
A seguir vem Costa, no seu segundo discurso da noite:
«Obrigado, lisboetas, pela vossa confiança». Muito poético, lindo de morrer, mas vamos lá verificar: quem eram os 43 figurantes desamparados no alcatrão desolador defronte ao Hotel Altis? Resposta [segundo as tv's]: apoiantes do PS oriundos das metrópoles minhota de Cabeceiras de Basto e alentejana do Alandroal, que vieram de camioneta em romaria até à capital, aproveitando para gozar um tour turístico e um bem fornecido repasto, ora bem!
É caso para dizer: então e a malta cá do burgo, não tem direito a nada? Tá mal!
Posted by Daniel Melo at 23:25 1 comments
Labels: eleições intercalares na CML, humor
Poesia por Lisboa
"Outra vez te revejo,
Cidade da minha infância pavorosamente perdida...
Cidade triste e alegre, outra vez sonho aqui...
[...]
Outra vez te revejo,
Com o coração mais longínquo, a alma menos minha.
Outra vez te revejo – Lisboa e Tejo e tudo –,
Transeunte inútil de ti e de mim,
Estrangeiro aqui como em toda a parte,
Casual na vida como na alma”
Excerto de "Lisbon Revisited (1926)", in Fernando Pessoa, Poemas de Álvaro de Campos
Outra vez te desejo – Desassossego e sonho e tudo.
Posted by Cláudia Castelo at 18:40 0 comments
Labels: Fernando Pessoa, Lisboa, poesia
Vinhos da margem esquerda
Posted by Renato Carmo at 10:19 2 comments
Labels: Amareleja, Granja, Moura, Pias, vinhos ao domingo
sábado, 14 de julho de 2007
sexta-feira, 13 de julho de 2007
Ó ti Aurora, feche o portão que vêm aí os jacobinos, credo!
Parece impossível. Isto só serve para deixar o "cidadão comum" ainda mais "desinteressado", "confuso", "inseguro" e "mal informado", ah pois é. Com grãos de areia, bejecas e tremoços à mistura a complicar? Desgraça das desgraças, "o «critério editorial» devia servir para evitar estas coisas".
Posted by Daniel Melo at 23:13 1 comments
Labels: eleições intercalares na CML, humor, variedades, Vasco Pulido Valente
Peão levado de Arrasto!
Posted by Zèd at 18:58 4 comments
A vez dos lisboetas: balanço da campanha
A má situação financeira foi admitida por todos.
Negrão, embora denunciando o corte de 5% feito por Costa-ministro nas transferências para a CML, aposta tudo num cavalo controverso: o da empresarialização da governação. Tudo se resume a uma boa gestão. Sabemos onde já conduziu esse caminho, à duplicação de estruturas e ao descontrolo com a multiplicação das empresas públicas. A nota positiva é a postura contra a existência dum Porto de Lisboa atentatório dos interesses da cidade. Em contrapartida, uma “via de ciclo-turismo da Expo até Algés” parece tão truque de magia como o parque verde de Costa na Portela. Fala na “renovação do parque escolar” muito laconicamente, deixando tudo para outra mirífica parceria público-privado.
Carmona, por sua vez, insiste em esburacar Lisboa até à exaustão, agora com o túnel das Colinas (uma obra baratucha: de Alcântara a Oriente) e outros desmandos similares. É mais do mesmo.
Outros candidatos, porém, preferem pensar nos problemas dos bairros já existentes, casos de Roseta, Sá Fernandes, Ruben de Carvalho e Quartin Graça.
Julgo que é aí que está o problema: não podemos continuar a sacrificar a qualidade de vida dos munícipes em prol duma concepção predadora das cidades, só a pensar na maximização do lucro com a construção, a densificação urbanísticas e o reforço de redes viárias favorecedoras do transporte particular e do êxodo populacional. Nesse sentido, recomendo o texto de Rui Tavares no Público de 3.ª feira. Não repitamos os erros das megapolis, busquemos antes ser uma capital cosmopolita de média dimensão.
Roseta tem trunfos fortes: a reabilitação do edificado (incluindo uma “via verde” para os proprietários aderentes) e a qualidade urbanística como novo paradigma; a “tarifa familiar” nos transportes; uma inovadora “rede de ruas amigas do peão”; a eficiência da aplicação do IMI; o apoio à salvaguarda de certos edifícios a que atribui valor patrimonial, como o ex-cinema Paris (Cp. Ourique) e a Qt.ª de N.ª Sr.ª da Paz (Lumiar). Em contrapartida, Roseta insistiu em aparentar equidistância com os restantes candidatos, caindo no risco de despolitizar o seu próprio programa político. Também na questão do direito ao sossego foi contraditória: apela à aplicação a sério da Lei da Ruído, mas depois é a favor da permanência do aeroporto da Portela.
Sá Fernandes tb. tem propostas valiosas: aposta nos transportes públicos, optando pela rede menos custosa, a dos eléctricos rápidos, em detrimento do metro, bem mais dispendiosa; reabilitação, mais casas para arrendar em Lisboa e maior taxação dos edifícios devolutos; reforma das empresas municipais; plano verde (com o arq. Ribeiro Telles); e o reforço da política social, nomeadamente no auxílio aos mais velhos (no que foi secundado por Telmo Correia, que propõe um passe da 3.ª idade). Se não fossem as suas acções judiciais seria menor a segurança rodoviária no túnel do Marquês e as negociatas com trocas de terrenos e especulações imobiliárias continuariam ainda mais impunes. Deu 2 tiros no pé ao dizer que ninguém quer ir viver para bairros como S. Domingos de Benfica e Cp. Ourique, dando-os como exemplos de desmazelo urbanístico. Tomara a muitos poderem viver em Cp. de Ourique. Ou mesmo em certos sítios de S. Domingos…
Ruben de Carvalho parece estar mais preocupado com os funcionários municipais, que julga terem sido desconsiderados e nos quais diz estarem as energias que poderão reanimar a cidade. Tal como Sá Fernandes, advoga a melhoria dos transportes públicos (defendendo mais mini-bus e a reordenação de percursos), defende a extinção de empresas municipais e a reforma da EPUL. Propõe combustíveis ecológicos na frota municipal e alertou contra o perigo de privatização de certas piscinas municipais (Olivais, Roma, Cp. Grande).
Sobre a questão da valorização patrimonial e sócio-cultural de várias zonas da cidade, também o Fórum Cidadania Lisboa avançou com 16 propostas concretas. Só tenho um reparo a fazer: discordo de se nomear determinada associação para ocupar certo edifício entretanto recuperado pela CML (casos do ex-cinema Paris e da Casa Almeida Garrett). Julgo que, a ser entregue a uma associação voluntária (ou várias), deveria ser por concurso público transparente, para dar igualdade de oportunidades a todos e, assim, possibilitar mais participação e melhores soluções. Embora não estando ligado a nenhuma candidatura, estas propostas são válidas e deveriam ser estudadas pelos políticos, tal como outras entretanto lançadas na imprensa e na blogosfera (para as quais tb. contribuímos: vd. etiqueta Propostas por Lisboa).
Posted by Daniel Melo at 00:13 4 comments
Labels: eleições intercalares na CML, programa eleitoral, Propostas por Lisboa
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Gajo que é gajo é Garganeiro
Meninas, permitem que me intrometa? Eu parece-me que vocês não percebem muito de gajos. Ora acontece que, mais por força das circunstâncias (que é o eufemismo para dizer que tenho um cromossoma Y em cada uma das minhas célulazinhas) do que por escolha, percebo alguma coisa de gajos. Posso garantir-vos o seguinte: Gajo que é gajo é garganeiro, é lambão, quer tudo e mais umas botas. Porquê ter que optar entre o sexy e o intelecto? Quem disse que as duas são mutuamente exclusivas? Há lá coisa que dê mais tesão a um gajo do que uma gaija sendo podre de boa que cita clássicos russos (e gregos)? Uma gaija que usa metáforas e aforismos (e hipérboles, e parábolas) com um decote até ao umbigo? Porquê algodão quando se pode ter algodão e seda?
Posted by Zèd at 23:46 1 comments
Labels: Fernanda Câncio, gaijas, gajos, Laura Abreu Cravo, Mel com cicuta
Novas aventuras de Zé Socas: Vitorinox, o bombeiro de serviço
Posted by Daniel Melo at 12:12 0 comments
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quarta-feira, 11 de julho de 2007
Le Cool Lisboa é boa onda
Posted by Daniel Melo at 23:45 1 comments
Labels: agenda cultural, Lisboa
E a Memória da Cidade?
Imagem: Folha do livro, Primeiro Foral dado a esta Cidade, existente no Arquivo Histórico da Câmara Municipal de Lisboa (fot. Armando Serôdio, 1960, AFML).
Posted by Cláudia Castelo at 21:30 2 comments
Labels: acesso aos documentos, eleições intercalares na CML, memória colectiva, Memória do Mundo, política cultural, UNESCO
Crónicas do Brito Aranha, um lisboeta à antiga
Posted by Daniel Melo at 21:11 0 comments
Labels: Brito Aranha, humor, Politica, vlogs
Parabéns à Alice @Memorex!
Parabéns Alice (@Memorex)!
P.S.- Ainda para mais os implantados tem uma vantagem que invejo muito, é que se não lhes apetecer ouvir qualquer coisa podem sempre desligar o aparelho. Têm a escolha :-).
Nota: A ilustração é da autoria da própria @Memorex, roubada no "A Inspiração do Silêncio"
Posted by Zèd at 09:40 1 comments
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terça-feira, 10 de julho de 2007
A vez de Lisboa
É que vale a pena continuar a reflectir sobre estas eleições. Desde logo, para elogiar a campanha: talvez nunca tenha havido tantas propostas e candidatos de qualidade. Só é pena terem tido pouco tempo. Mas terão 2 anos pela frente para se aperfeiçoarem umas, testarem outras, para se tentarem consensos e convergências possíveis. Lisboa e os seus habitantes merecem.
Também aqui temos vindo a avançar ideias e propostas há vários meses a esta parte. Destaco 6 ideias, pela sua importância e por recear poderem vir a cair no saco injusto dos assuntos «não prioritários».
Em 1.º lugar, a salvaguarda física dos infantários e escolas, tanto públicas como particulares: deve ser criado um programa especial único, concertado com o governo, para este tipo de equipamentos colectivos, pois o RECRIA manifestamente não serve.
Em 2.º lugar, tornar novamente acessível o Arquivo Histórico municipal, fechado há 4 anos. É uma prioridade absoluta na área cultural. Para isso, e enquanto se espera pela construção do edifício do futuro Arquivo e Biblioteca Central no Vale de St.º António (se for adiante esta opção), devia-se proceder à adaptação dum dos muitos edifícios da CML para Arquivo provisório. Apesar da relevância do tema e da existência de soluções, é com surpresa que se constata a sua ausência nos programas dos candidatos. A insistência certamente dará frutos.
Em 3.º lugar, é necessário actualizar o Museu da Cidade, cuja exposição permanente fica-se por 1910.
Em 4.º lugar, urge salvaguardar certos edifícios municipais para equipamentos públicos que possam funcionar como pólos dinamizadores a nível comunitário (por ex., o Museu da Criança e do Brinquedo na Qt.ª de N.ª Sr.ª da Paz). Também a Alta do Lumiar carece de equipamentos colectivos.
Em 5.º lugar, estabelecer modelos transparentes de contratualização com as associações sócio-culturais da cidade, com vista a desenvolverem actividades úteis à comunidade.
Nunca será demais apostar nestas áreas.
Num próximo post, falarei das propostas dos candidatos.
Posted by Daniel Melo at 21:52 0 comments
Labels: eleições intercalares na CML, política cultural, política social, Propostas por Lisboa
O prodígio da Ponte da Lezíria, segundo o nosso PM
Posted by Daniel Melo at 21:47 0 comments
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