terça-feira, 10 de julho de 2007

A vez de Lisboa

A campanha eleitoral está de regresso às ruas de Lisboa e aos media do país. Aproveitando a boleia, deixo-vos aqui novas notas, agora num registo sério.
É que vale a pena continuar a reflectir sobre estas eleições. Desde logo, para elogiar a campanha: talvez nunca tenha havido tantas propostas e candidatos de qualidade. Só é pena terem tido pouco tempo. Mas terão 2 anos pela frente para se aperfeiçoarem umas, testarem outras, para se tentarem consensos e convergências possíveis. Lisboa e os seus habitantes merecem.
Também aqui temos vindo a avançar ideias e propostas há vários meses a esta parte. Destaco 6 ideias, pela sua importância e por recear poderem vir a cair no saco injusto dos assuntos «não prioritários».
Em 1.º lugar, a salvaguarda física dos infantários e escolas, tanto públicas como particulares: deve ser criado um programa especial único, concertado com o governo, para este tipo de equipamentos colectivos, pois o RECRIA manifestamente não serve.
Em 2.º lugar, tornar novamente acessível o Arquivo Histórico municipal, fechado há 4 anos. É uma prioridade absoluta na área cultural. Para isso, e enquanto se espera pela construção do edifício do futuro Arquivo e Biblioteca Central no Vale de St.º António (se for adiante esta opção), devia-se proceder à adaptação dum dos muitos edifícios da CML para Arquivo provisório. Apesar da relevância do tema e da existência de soluções, é com surpresa que se constata a sua ausência nos programas dos candidatos. A insistência certamente dará frutos.
Em 3.º lugar, é necessário actualizar o Museu da Cidade, cuja exposição permanente fica-se por 1910.
Em 4.º lugar, urge salvaguardar certos edifícios municipais para equipamentos públicos que possam funcionar como pólos dinamizadores a nível comunitário (por ex., o Museu da Criança e do Brinquedo na Qt.ª de N.ª Sr.ª da Paz). Também a Alta do Lumiar carece de equipamentos colectivos.
Em 5.º lugar, estabelecer modelos transparentes de contratualização com as associações sócio-culturais da cidade, com vista a desenvolverem actividades úteis à comunidade.
Em 6.º lugar, e enquanto não houver bibliotecas públicas em todos os bairros, devia-se reforçar as bibliotecas itinerantes, pois actualmente só existem 2 carrinhas.
Nunca será demais apostar nestas áreas.
Num próximo post, falarei das propostas dos candidatos.
Nb: foto do Palácio da Quinta de N.ª Sr.ª da Paz, pelo fotógrafo Arnaldo Madureira, 1961 (AFML).

0 comments: