A editora italiana Einaudi, de propriedade do primeiro-ministro italiano, recusou-se a publicar a tradução italiana do último livro de José Saramago, “O Caderno”, por conter duras críticas a Silvio Berlusconi, classificando-o de “delinquente”, “corrupto” e “líder mafioso” (o que, convenhamos, não é lá novidade alguma). A Novidade desse livro é que ele traz textos já publicados em seu blogue.
“Realmente, na terra da máfia e da camorra, que importância pode ter o fato comprovado de que o primeiro-ministro seja um delinquente? (...) Em uma terra em que a Justiça nunca gozou de boa reputação, que mal há que o primeiro-ministro consiga que se aprove leis de acordo com os seus interesses, protegendo-se contra qualquer tentativa de castigo e seus desmandes e abusos de autoridade”, escreve Saramago no artigo intitulado “Berlusconi & Cia”.
Mas o prêmio Nobel português não pára por aí. Noutro texto, chamado “Que fazer com os italianos?”, Saramago dispara: “Reconheço que a pergunta poderá soar ofensiva a um ouvido delicado. Que é isto? Um reles cidadão interpelando a um povo inteiro, pedindo-lhe contas pelo uso de um voto que, para regozijo de uma maioria de direita cada vez mais insolente, acabou fazendo de Berlusconi amo e senhor absoluto da Itália e da consciência de milhões de italianos?” Mais.
2 comments:
Chego a interrogar-me se a própria Máfia não se sente aliviada com a censura.
É que isto de ser comparada ao Caimão é intolerável.
http://bonstemposhein-jrd.blogspot.com/2009/05/comparacoes-incomodas.html
Digo eu...
Boa, jrd.
Não tinha visto a coisa por esta ótica. Bom posto o seu.
Enviar um comentário