A negociação entre o governo e os sindicatos sobre a avaliação dos professores deve partir de dois pressupostos base: a) avaliação é mesmo para ir até ao fim; b) a avaliação individual por professor não está em causa. A proposta anunciada pelo BE que avança, se bem entendi, para uma espécie de avaliação das escolas em alternativa à avaliação individualizada, não só não faz sentido como, em meu entender, não é séria. A avaliação dos professores não é a panaceia que vai curar os males da educação, mas é um instrumento basilar para qualificar a actividade docente cujo cerne é a prática e a relação pedagógica-científica em sala de aula. Uma das insatisfações geradas pelo modelo do ME deve-se ao facto de os avaliadores se centrarem nas figuras do professor titular (que em muitos casos não pertence ao mesmo grupo disciplinar) e do director da escola.
Como referi anteriormente, penso que é possível reorientar o modelo no sentido deste contemplar a avaliação externa por parte de peritos que tenham experiência na avaliação de docentes, como são o caso dos supervisores de estágio ou dos inspectores (não estou a falar de universitários e académicos). A maior parte dos professores profissionalizados passou por esse esquema avaliativo e, portanto, não é algo completamente estranho passível de gerar fortes desconfianças imediatas. Esta opção resolveria dois problemas: retiraria a pressão da avaliação entre colegas da mesma escola (sujeita a subjectividades e idiossincrasias difíceis de controlar); salvaguardaria a qualidade científica do avaliador (este pertenceria sempre ao mesmo grupo disciplinar do avaliado).
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