A 16 de Fevereiro, durante o jogo Valenciennes - Metz (campeonato francês), o capitão de equipa do Velenciennes, o marroquino Abdeslam Ouaddou, foi vítima de insultos racistas vindos da bancada repetidamente durante toda a primeira parte do jogo. Avisou várias vezes o árbitro, que lhe respondeu a dada altura "Calme-se senhor, é o futebol", bastante significativo. Ouaddou não se ficou por aí, e ao intervalo foi às bancadas para se justificar com o adepto que o insultava. Não chegou a falar com o indivíduo em questão porque entretanto foi impedido pelos seguranças. O mais irónico é que é próprio Ouaddou quem leva com um cartão amarelo, o árbitro aí já cumpriu os regulamentos, antes esquecera-se que os mesmos regulamentos lhe permitem tomar providências em casos de insultos racistas, que podem ir até à interrupção da partida. Vale a pena notar (no vídeo abaixo) que, apesar de visivelmente exaltado quando regressa aos balneários Ouaddou não insulta ninguém e mantém-se razoável, com um discurso coerente ("essas pessoas não têm nada que estar num estádio"). No final do jogo apresentou queixa contra o autor dos insultos racistas, entretanto identificado pela polícia.
Abdeslam Ouaddou relançou o debate sobre o racismo nos estádios de futebol, que tem dado que falar nestas duas últimas semanas em França. Levou inclusivamente a tomadas de posição políticas, que vão conduzir à adopção de novas medidas contra este problema. Ouaddou tornou-se no herói involuntário, só quer jogar futebol que é a sua profissão. Não quer os holofotes sobre si por outras razões que não o seu desempenho dentro de campo, mas decidiu que chegou a hora de dizer basta, e já avisou que vai até ao fim. Pode ver-se aqui a conferência de imprensa em que explica a sua versão dos factos.
Abdeslam Ouaddou relançou o debate sobre o racismo nos estádios de futebol, que tem dado que falar nestas duas últimas semanas em França. Levou inclusivamente a tomadas de posição políticas, que vão conduzir à adopção de novas medidas contra este problema. Ouaddou tornou-se no herói involuntário, só quer jogar futebol que é a sua profissão. Não quer os holofotes sobre si por outras razões que não o seu desempenho dentro de campo, mas decidiu que chegou a hora de dizer basta, e já avisou que vai até ao fim. Pode ver-se aqui a conferência de imprensa em que explica a sua versão dos factos.
2 comments:
por terras tupiniquins chamar um negro de macaco durante o jogo também é "coisa do futebol". como vês, só muda a língua.
Infelizmente é mesmo coisa de futebol, um pouco por todo o lado, e sempre foi assim. Se algo vai mudando é porque hoje, finalmente há alguns jogadores vítimas destes insultos racistas que não se conformam, não se resignam, e tem sido graças a isso que têm sido tomadas medidas.
Enviar um comentário