Lula não é de ir ao inferno com ninguém. Ao Contrário, gosta de estar no paraíso. E de preferência sozinho. Foi assim com o seu superministro e articulador político Zé Dirceu (com quem Lula nunca morreu de amores) e com Antônio Palocci (este sim homem de extrema confiança do presidente) , ambos muito bem cotados para a sua sucessão em 2010, mas que foram abatidos em pleno vôo por envolvimento em escândalos. Resultado: eles saíram queimados de todo o imbróglio e o presidente fortalecido.
Outro sério candidato à sucessão de Lula abatido pelo “fogo amigo” foi o senador Aloízio Mercadante. Como candidato ao governo do estado de São Paulo, na eleição de 2006, se fosse vitorioso poderia tornar-se um dos nomes mais fortes à presidência da República, em 2010. Entretanto, sem qualquer motivação lógica/e ou política foi envolvido no escândalo da compra de um dossiê contra candidatos do PSDB, o que resultou num tiro no pé. E de forte candidato petista a ganhar a eleição paulista e líder do governo no Senado, transformou-se numa opaca sobra moribunda da política nacional. Obra da causalidade política? Feitiço da oposição? Não acredito também.
Parece-me que a receita deu certo e com Dilma Russeff não será diferente. Com o argumento de que a Casa Civil se transformou num alvo fixo da disputa política, o Palácio do Planalto já tratou de colocar a “dama de ouro” como possível carta de descarte, “até que a poeira do escândalo dos cartões corporativos abaixe”. Será este o verdadeiro motivo do descarte? Ou será que a visibilidade e o fortalecimento da ministra já incomoda determinadas alas lulistas do PT? É exatamente esta a pergunta que me faço.
Como não acredito em coincidências em política, não desprezo a possibilidade de ser esse mais um capítulo de uma manobra de enfraquecimento de qualquer outro postulante do PT à presidência de República que não seja o próprio Lula. Ou seja, caso não passe a alternativa do terceiro mandato, o plano B seria entregar o governo federal à oposição e apostar no seu fracasso para uma volta triunfal de Lula, em 2014, por mais dois mandatos. Uma cartada perigosa, mas plenamente viável pra quem tem as melhores cartas na mesa e sabe como ninguém fazer o jogo político tupiniquim. E este é o caso de Lula, que se sair do governo como a popularidade que tem hoje será imbatível em 2014. Piração minha? Pode ser. Mas não creio. Então senhores, façam as suas apostas!
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