segunda-feira, 3 de março de 2008

Sras Professoras e Srs Professores; Sras Doutoras e Srs Doutores; Sras e Srs Estudantes; Sras e Srs

O ciclo de conferências sobre literatura americana promovido pela FLAD, enferma desde o primeiro encontro, e presumo que o registo se irá manter, da mais poeirenta formalidade académica.
As açafatas que nos conduzem ao lugar, as águas e os cafezinhos, os vários cameramen e fotógrafos, os «veneráveis» que chegam aos beijinhos aos convidados, os membros do painel que se apresentam e auto-elogiam, as incongruentes parcerias com Universidades e Politécnicos longínquos, cujos estudantes até têm direito a ralhetes por não estarem presentes na sala, mas à volta da máquina dos cafés, tudo isso impede que se crie um ambiente descontraído (a informalidade muito lá da Culturgest neste tipo de eventos «livres» devia ter mais seguidores).
No meio de tanta «seriedade» foi mesmo interessante ver alguém do público fazer uma crítica, neste caso a Gonçalo M. Tavares depois da sessão sobre Philip Roth. O «crítico» considerava, com alguma razão, que M. Tavares tinha soterrado o escritor americano em citações de outros autores e pensadores, lançou um clima de quase pânico na sala, reforçado pela apressada e nervosa interrupção da organizadora Filipa Melo. A calma só regressou quando, de novo, se ouviu um elogio.
É pena que uma ideia tão interessante quanto a deste ciclo precise de ser apresentada com tanta pompa e seriedade balofa quando vale por si própria. Esperemos que a pausa entre conferências, a próxima, Ezra Pound por Manuel António Pina, é só no dia 27.03, possa servir para arejar ideias e mudar o tom.

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