The Cheat, realizado em 1915 por Cecil B. DeMille é um filme surpreendente, e conhecido, pelos jogos de sombras, pela iluminação chiaro-escuro, e, sobretudo, pela representação do actor Sessue Hayakawa , totalmente inovadora para a época. A sua interpretação recorre à linguagem corporal e ao movimento dos olhos que instala uma espécie de sobriedade funcional na forma de representar, onde a emoção interior adquire um papel relevante. Até aqui, a convenção de um actor representar em cinema, era uma gesticulação simbólica, falsificada. Era essa a sua lógica. Aqui, pela primeira vez, esta convenção é abolida. Isto é importante porque quer dizer que o modo de ver cinema se transforma, a partir do momento em que a arte cinematográfica começa a ser auto-consciente.
Mas isto não tem interesse nenhum, comparado com o seguinte: A actriz Fannie Ward, a flapper do filme, tinha, então, cerca de 40 anos. A sua aparência jovial deveu-se a uma espécie de botox ancestral – parafina injectada debaixo das bochechas, que derretia quando expostas ao calor das luzes. Durante as paragens no plateau tinha de pôr gelo.
1 comments:
Hahahaha ... adorei a ligação "Mas isto não tem interesse nenhum ... " comparado com o bom do bottox!! Excelente!
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