Bom, como é uma seca foi parar ao Peão lado b. Para quem tiver estômago para um debate sobre Genética, determinismo genético, eugenismo, a ética da coisa e outras questões conexas, escrevi um post longo sobre o assunto no lado b deste blogue (eu avisei que era longo).
quarta-feira, 9 de maio de 2007
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3 comments:
Tem graça que acabei de ler o relatório do Scientific Advisory Board do Pasteur, e vem lá uma parte que acho que tem muito a ver com o teu texto (sublinhados meus):
"Higher order neural functions (perception, behavior, memory and cognition) do not directly reflect the action of a gene, but rather reflect the state of the neural circuits that intervene between genotype and phenotype. That is: Genes do not directly control behavior. Nervous systems do."
Santiago
Zéd, gostava de saber o que pensas, como geneticista preocupado com as implicações políticas e éticas destas coisas, o que pensam da progressivo uso, (nos EUA, para já), mas que se prevê generalizado no futuro, do uso de testes para registar a "predisposição genética" das pessoas quando fazem um seguro de saúde ou um contrato de trabalho.
Um dia destes escrevo sobre isto, e como por detrás de uma série de perigos pode nascer uma mais robusta justificação para a defesa de sistemas de saúde públicos universais.
Santiago, é sempre um prazer que o Scientific Advisory Board do Pasteur esteja de acordo comigo, ou eu com eles :-)
Hugo,
Em relação à tua pergunta, que é sobre uma questão complicada. As seguradoras têm o direito de fazer seguros a quem querem, o que como dizes dà mais responsabilidade ao estado no que toca a criar um sistema de saùde universal, para evitar exclusões. Jà quanto ao acesso ao emprego acho que deve funcionar a mesma logica que jà funciona para os deficientes. Devem existir mecanismos que protejam qualquer individuo da discriminação. A diferença entre o trabalho e o seguro de vida, é que o primeiro é um direito fundamental do qual nenhum individuo deve estar privado.
Do ponto de vista cientifico, à partida parece-me um erro. Se as seguradoras pensam que vão ganhar dinheiro com estas pràticas podem muito bem ver o tiro sair pela culatra. Se são os factores ambientais que determinam certas doenças, estar a fazer testes genéticos é estar a olhar para o lado errado. E mesmo que os factores genéticos sejam determinantes, na grande maioria dos casos são multiplos genes que influenciam, e não apenas um, o que (como desenvolvi no post) impede também o raciocionio determinista em que se baseia a logica das seguradoras. Podem fazer o que quiserem, mas arriscam-se a perder dinheiro. O mesmo raciocinio vale para os empregadores que discriminam pensando estar seleccionar trabalhores mais produtivos.
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