Francisco Teixeira da Mota, na sua crónica no Público de hoje, mostra que as críticas ao opúsculo Prevenir a corrupção: guia explicativo sobre a corrupção e crimes conexos, publicado pelo Ministério da Justiça, traduzem uma forma de estar preocupante em democracia. Para os detractores do livrinho, a denúncia pública de crimes de corrupção ou conexos não é um acto de cidadania, mas uma acção abjecta e "canalha". Porém, ao contrário do que se tem dito, não se pretende incitar os funcionários públicos a tornarem-se delatores, mas sim informá-los sobre os seus deveres éticos e cívicos. Penso que as reacções epidérmicas de «virgens ofendidas» de alguns trabalhadores da Administração Pública servem para escamotear, por lógicas partidárias conjunturais(?), a gravidade e a transversalidade (interclassista) da corrupção na sociedade portuguesa.
Este tema está na agenda internacional: a ONU criou em 2003 um Dia Internacional contra a corrupção (9 de Dezembro) e publicou no final de 2006 o livro Você pode deter a corrupção.
2 comments:
Ora nem mais.
Eu vou mais longe Cláudia. Acho que não se deve apenas promover a denúncia aberta e pública, mas que se deve dar mais poder institucional à denúncia anónima.
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