Paris. 2006-05. Dois passageiros portugueses entram num táxis dirigido por um taxista português. Conversa puxa conversa, o taxista queixa-se da arrogância dos franceses, diz que são xenófobos e racistas, tratam mal os imigrantes, etc., etc. Depois, decide perguntar como vai Portugal. Os passageiros preparam-se para responder, mas o taxista atalha como um comentário definitivo: "o país vai de mal a pior, os pretos estão por todo o lado [...]"
Roma. 2007-02. Uma família portuguesa entra num táxi dirigido por um taxista italiano. Sem aviso prévio, a viagem assemelha-se a um circuito turístico pelos locais emblemáticos do nazi-fascismo. O taxista faz questão de apontar: daquela varanda discursava Mussolini, aqui teve lugar a parada militar em honra do Führer, aquela estação foi construída para receber Hitler [...]
Estas pequenas histórias dão pano para mangas em termos de reflexão e discussão de carácter científico. Dado o adiantado da minha hora, direi apenas: como gosto de andar a pé!
(Prometo voltar aos temas do racismo e do fascismo com tempo e alguma profundidade. Desconheço qualquer estudo sobre o perfil ideológico dos taxistas, mas agradeço referências.)
2 comments:
Olha que entre o taxi e o peão há o autocarro, com a vantagem que não temos que ouvir o motorista - ainda que tenhamos que levar por vezes com o vizinho do lado. Voltei nos últimos meses a ser utente assíduo da carris e tenho ficado positivamente impressionado.
...e em Paris há também a biciclete, sem motorista nem vizinho do lado, apenas um ventinho gélido na fronte quando faz frio
Enviar um comentário