quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Foi você que pediu um Grande Fantasma?

A respeito dum lamentável concurso na tv pública que anda por aí a dar que falar (infelizmente muito à boca pequena, como é hábito luso), aconselho a leitura deste post da Cláudia Castelo e um olhar por esta caricatura sanitária do Zé Dalmeida. Quanto a concursatas e outras farsas lamentáveis estamos conversados.
Agora, que andam por aí uns ventinhos saudosistas e revisionistas disso não tenho dúvidas e até já me envolvi em polémica sobre isso no Fuga para a Vitória (vd. aqui e aqui). De resto, a imagem ao lado fui buscá-la a este post do Carlos Leone, e vem dessa mesma polémica.
Grandes Fantasmas ao preço de cêntimos, veja lá isso. É que, por vezes, o barato sai caro.
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PS: aos distraídos, convém relembrar que são todos os contribuintes que pagam esta concursata deplorável.
PS2: aos muito distraídos, o meu voto é só este: o de que a tv pública não tenha concursos que degenerem onde este degenerou.

4 comments:

Sofia Rodrigues disse...

Hoje parece que as citações do Groucho Marx se aplicam a vários assuntos, mas sobre esta sabedoria de pacotilha que a televisão impõe aos nossos cérebros, lembrei-me doutra: «I find television very educational. Every time someone switches it on I go into another room and read a good book.»

Hugo Mendes disse...

Eu sabia que havia uma boa citação para justificar o facto de eu ainda nao ter tv em casa.

Daniel Melo disse...

Deixo-vos também com a citação de Eduardo Cintra Torres, ou seja, com o comentário que este crítico de televisão fez ao programa em apreço, e que leva o título sugestivo de "Os pequenos portugueses":
"Muitos comentadores falaram sobre o horror que este país é por causa do concurso Os Grandes Portugueses, da RTP1. Pode dizer-se, porém, que o interesse excessivo e excessivamente grrrrave de tantos comentadores pelo concurso se inclui no horror que o país é. Aquilo, na definição do historiador Fernando Rosas, é uma palhaçada. Desde o primeiro dia. Agora verifica-se que a votação está aberta às fraudes. Se já antes era abusivo falar do «voto» dos «portugueses» - e tal deveria ser condenado como publicidade enganosa - agora, com a fraude confirmada, nem vale sequer a pena perder um segundo com o programa.
Escrever sobre significados profundos do grupo dos 10 homens escolhidos é uma inutilidade, é mesmo contribuir para a palhaçada. Enquanto programa de televisão, a farsa prolonga-se pela escolha das pessoas que foram convidadas a falar sobre os tais 10 «eleitos». Aquilo não é história, é política, é entretenimento sem qualidade e é mais uma insuportável campanha de psicanálise colectiva de pacotilha por pessoas não habilitadas. É o Prós & Contras em forma de concurso." (in Público, 4/II, p.47)

Daniel Melo disse...

Fica aqui também o que escreveu Francisco Rui Cádima sobre este assalto: "É a demência absoluta. Liga-se o canal 1 do serviço público e somos convidados e votar num "salvador" ou "ditador", com Salazar a encher o écran. Que gente é esta que programa o Serviço Público de Televisão? Um pouco mais de dignidade e responsáveis com alguma ética à frente do Serviço Público de Televisão é o mínimo que se pode pedir. E, por favor, tirem-me a taxa do audiovisual da factura da electricidade que para este peditório já dei!" (cf. http://irrealtv.blogspot.com/2007/02/demncia-absoluta-na-rtp1.html).