Uma singela pesquisa pela base de imagens do google revela que o primeiro-ministro português é o quarto Sócrates a aparecer. Temos então, em primeiro lugar, o original grego. É conveniente que assim seja. Depois, o grande dentista da selecção brasileira, o homem mais à esquerda dos quatros. Além de ser mesmo de esquerda, importante figura do associativismo desportivo no Brasil, Sócrates jogava um futebol de esquerda, coisa que vai rareando. Em terceiro lugar, algo surpreeendentemente, surge um jovem de camisa vermelha. Zoom no fulano. Chama-se Aristótoles Sócrates, e é um estudante de pós-doutoramento em astrofísica na Universidade de Princeton. Uma coisa séria portanto. O nome parece ainda mais pomposo depois de percebermos, por sua indicação, que as suas duas irmãs se chamam "brisa gentil" e "flor a desabrochar". Nasceu em Manhattan, e foi estudar para a Virginia, onde ganhou um enorme gosto por barbecues. Decidiu então, entre duas salsichas, tornar-se físico. Entre os seus passatempos destacam-se, além dos barbecues, jogar ténis, discutir política, correr maratonas, jogos de póquer com apostas altas, campismo, ski e cozinhar.
Como frase fetiche, usa sempre uma conhecida tirada de Salvador Allende: Temprano que tarde se abriran las grandes alamedas por donde pase el Hombre Libre. Aristóteles Sócrates é, portanto, um democrata do espaço sideral, um visionário que percebeu que isto na terra já não vai a lado nenhum. É um justo terceiro Sócrates. Por curiosidade, é útil informar que imediatemente a seguir ao nosso José em quinto lugar, vem o guitarrista dominicano Sócrates Garcia, de quem, provavelmente por ignorância, nunca tinha ouvido falar. O seu primeiro albúm é uma mistura de rock e jazz. Um dos grupos em que participou ganhou, em 2001, o prémio Merengue. Um Sócrates a seguir com cuidado.
3 comments:
O 1.º e o 2.º Sócrates parecem-me muito bem encadeados.
Se o Sócrates grego tivesse dao para o futebol, seria certamente um avançado centro destemido.
E sempre a levar cacetada dos defesas do catenaccio, claro.
Ossos do ofício.
Também preferio esse futebol alegre e imaginativo à manha calculista e ultratacticista de muitos treinadores actuais.
O Sócrates grego gostaria de ter sido um observador e "olheiro", não nos campos, mas sim nos balneários..
Bem visto, Vallera!
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