segunda-feira, 19 de março de 2007

19 de Março


Hoje é dia do pai, tal como as outras datas esta representa um bom pretexto para falarmos das experiências que vivemos e, que muitas vezes, se esmorecem do falatório dominante no espaço público. Já sou pai há quase seis anos e tem sido uma experiência indescritível. Não é fácil ser pai nos dias de hoje. Mas também penso que actualmente se vive a paternidade em Portugal como até agora nenhuma outra geração o tinha experimentado. Com o nascimento de um filho a nossa vida muda. Toda a gente sabe isso. Mas se antes o homem se mantinha relativamente distante de algumas tarefas, responsabilidades e capacidades, actualmente implica-se até à medula dos ossos. E isso é muito bom! Contudo, é também por isso que se geram novas questões, conflitos e negociações no seio do casal, da família e dos amigos. O homem passou a ter opinião sobre quase tudo: desde a roupa a comprar, passando pela melhor forma de dar banho e de vestir o bebé, até à confecção das refeições. Passámos a assumir um papel activo.

Há uns tempos atrás um dos nossos ‘peões’ perguntou-me que impulso senti para querer ser pai. Fiquei a pensar e não dei uma reposta imediata. Penso que ser pai é mais uma descoberta do que um desejo à priori. As mulheres sentem-se logo mães quando se gera o feto: é uma sensação física e psicológica muito forte. Eu diria mesmo que elas já se vão sentindo mães assim que o casal decide ter uma criança. No caso dos homens não existe esse impulso arrebatador, mas um desejo que gradualmente vai crescendo e que se torna muito forte no momento em que a criança vem ao mundo. É uma paixão que vamos descobrindo e que nos consome a partir do momento em que ele(a) nasce. Por isso, é difícil racionalizar os motivos que nos levaram a ser pais. São sentimentos muito diversificados que fogem ao lado racional das palavras.

2 comments:

Daniel Melo disse...

Parabéns ao pai orgulhoso!
E obrigado pela posta ;)

vallera disse...

que tal correu o violoncelo?