Quando em 1993 Pierre Bourdieu e uma vasta equipa de sociólogos lançaram La Misère du Monde, a tão francesa "questão social", ligada aos fenómenos da velha e, hoje, da 'nova' pobreza, regressou por uns tempos à consciência mediática hexagonal. Por sinal, em 1995 Jacques Chirac foi eleito presidente da República na onda de uma campanha onde a fracture sociale tinha um lugar especial.
14 anos depois, ela continua lá, apenas mais velha e profunda. E a incapacidade dos sucessivos governos - a par de sindicatos e representantes patronais cada vez mais radicais nas suas atitudes - para diminuir o desemprego e evitar o aumento da pobreza também.
Há uns meses, uma equipa de sociólogos, em associação com jornalistas, produziu um documento com menos pretensões científicas que o trabalho de Bourdieu, mas com uma semelhante riqueza de testemunhos, retratos e análises da pobreza, precaridade e discriminação social, racial e de género. Chama-se La France Invisible. A edição é de Stéphane Beaud, de Joseph Confavreux, e de Jade Lindgaard, Paris: Seuil, 2006.
P.S. - Se é que isto explica alguma coisa: este é o género de trabalho que o Baudrillard não faria. É "social" a mais para ele - o mesmo que entretanto havia desaparecido uns anos antes.
terça-feira, 20 de março de 2007
La France Invisible
Posted by Hugo Mendes at 20:02
Labels: Bourdieu, combate à pobreza, precaridade, sociologia francesa
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