Para que o nosso jogo não seja sempre o xadrez, proponho uma nova modalidade: cada peão diz, numa frase, uma situação, prática social ou experiência de vida de que se lembre e que traduza a desigualdade entre géneros. Conto com todos os peões. Eu começo.Na minha infância, pelos anos 70, entre as pessoas que conhecia, apenas a minha madrinha sabia conduzir, mas só conduzia quando estava sozinha comigo. Quando estávamos com o meu padrinho, nem se punha a hipótese de ser ela a dirigir o carocha verde (e eles eram benfiquistas).
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5 comments:
Uma tia minha não pôde seguir a carreira profissional que queria - ser enfermeira - porque não era bem visto e não podia vir sozinha para Lisboa, ainda pior. Entretanto, os meus tios puderam escolher à vontade.
A minha bisavó não pôde ir estudar para a Universidade (o que era o sonho dela), porque há data vivia em Almada e o pai, uma vez que a mãe não a poderia acompanhar, proibiu-a de ir sozinha.
Quando era mais novo, só me lembro de mulheres na cozinha. Bom, na adolescência tb. me empurraram para lá. E hoje agradeço isso, pois adoro fazer caril de legumes, saladas, arrozes (foi aí que comecei) e guisados, especialmente com cogumelos variados, xerovias (mas das guisadas), soja ou tofu.
Yes!!
Na família do meu pai, à mesa, os homens são sempre servidos em primeiro.
Acabei de jantar com amigas japonesas. Elas contaram-me que as raparigas que casavam com filhos mais velhos duma família tinham que passar a cuidar dos genros (deixando muitas vezes de trabalhar). Imagino que não é só no Japão que isso acontece.
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