Uma coisa de que realmente gosto na memória que fica do Bento é o lado um pouco rasteiroso que se pode ver no filme aqui em cima, em que ele faz um penalti, como diz o comentador várias vezes, "sem necessidade nenhuma" ao irlandês do Porto, o Walsh. Fez outros assim, deu frangos, queixou-se da falta de fruta e das iluminação do estádio quando levou grandes goleadas, etc. Mas, se existiu uma mística benfiquista de que hoje se pode ser nostálgico, o Bento foi, sem necessidade nenhuma, um dos seus maiores sacerdotes. Foi, além de um grande guarda redes, um dos líderes de um bando de malandros que arrumava porcaria mas era um grupo e transmitia a memória do clube dentro do campo, das vitórias e das derrotas.
O Bento foi o guarda-redes do Benfica e da selecção durante os anos em que eu ia ver futebol ao estádio. Era no tempo em que o futebol, apesar de já haver alguns jogos em directo na TV, ainda se jogava muito aos domingos à tarde. E, para se ter a emoção do directo, era preciso ir ao estádio ou ouvir na rádio. Ouvia-se assim na rádio "grande defesa de Bento" e já se podia imaginar o resto porque a "grande defesa de Bento" era uma imagem que estava lá bem gravada nas nossas sinapses, fossem elas ou não encarnadas.
Corram a comprar A Bola de hoje, que eu não posso! Tem lá depoimentos sinceros e comoventes, como o do Delgado, que foi suplente do Bento e um dos seus maiores admiradores.
sexta-feira, 2 de março de 2007
Sem necessidade nenhuma
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