Manuel da Silva Ramos, hoje, no ípsilon, referiu-se aos prazeres da vida com uma abertura muito pouco usual entre os portugueses. Fala-se de sexo de uma maneira ou muito cerimoniosa, ou entre risos, mas raramente como um acto de que se desfrute: tem de ser com a pessoa certa; tem de ser no momento oportuno; tem de ser num sítio adequado e, claro, o inevitável, tem de haver amor... Naturalmente, todas estas condições pesam, ainda mais, no universo feminino, que o autor «acusa» de só querer casar, pelo menos no caso português.
Esta falta de capacidade portuguesa para desfrutar e para ser festivo, também apareceu, ontem, em rodapé do telejornal: os portuguese choram, em média, 2 a 3 vezes por semana! E sempre que se mencionam estatísticas de uso de anti-depressivos, os números no país são impressionantes!
Cada vez mais pessoas dizem ficar angustiadas com o Carnaval, deprimidas no Natal, arrasadas nos aniversários. Não se comemora festivamente, com excepção para o 1º de Maio, datas como o 5 de Outubro, o 25 de Abril, ou, até mesmo, o 10 de Junho; nesses dias não há farturas ou bifanas, apenas discursos, paradas e distribuição de «caricas» pelo Presidente da República.
Os portugueses encerram esta mistura desanimadora de serem macambúzios e, ao mesmo tempo, pouco sérios, o que os arrasta para este pântano de choraminguice, depressão e falta de sexo.
Por tudo isto, e porque estamos mesmo à beira de mais um fim de semana, aqui deixo o conselho do autor: «Comer, foder e beber».
Imagem: Instalação de Tracey Emin, My Bed, obra nomeada para o Turner Prize de 1999.
5 comments:
Comer?
Ó Zèd, então só queres beber e f...?!?
Grande post! À altura da melhor arte poética sexual do Manel. Quanto aos portugueses, face a um diagnóstico tão exacto, não lhes resta melhor remédio.
Não é tarde nem é cedo.
Comer engorda...
beber faz mal ao fígado...
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